Dos 513 parlamentares em exercício na Câmara dos Deputados, ao menos 447 estão se candidatando novamente ao cargo nas eleições deste ano. Isso equivale a 87% do total.
Considerando também aqueles que disputarão outros postos, como senador ou governador, esse número sobe conforme a Folha para 497 dos atuais deputados, ou 97%.
O levantamento foi feito pela Folha com base nos registros da Câmara e nos pedidos de candidatura apresentados ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Entre os postulantes à reeleição está o atual presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).
Dos deputados eleitos em 2018 que se licenciaram em algum momento para assumir ministérios durante o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), apenas Osmar Terra (MDB-RS) e Marcelo Álvaro (PL-MG) buscam um novo mandato.
Tereza Cristina (PP-MS) se lançou para o Senado, e Onyx Lorenzoni (PL-RS), para o governo estadual. Já Fábio Faria (PP-RN) abriu mão da nova corrida eleitoral. Ele é o único dos cinco que não está em exercício atualmente.
A disputa também marca a tentativa de retorno de alguns daqueles que se afastaram do cargo ou assumiram uma vaga como suplente, por motivo de renúncia ou licença dos titulares.
Ao todo, 598 políticos passaram pela Câmara durante a legislatura. Destes, 493 querem um novo mandato como deputado e 58 tentarão outros cargos. A soma representa 92% dos parlamentares.
A relação dos que não se registraram para a eleição deste ano, contudo, tem 19 ex-deputados titulares ou suplentes que foram eleitos para prefeito, vice ou vereador no pleito municipal de 2020.
Desta forma, cai para 28 a lista de nomes que não se candidataram de forma voluntária, como Áurea Carolina (PSOL-MG) e Henrique Fontana (PT-RS), ou por inelegibilidade, caso de Flordelis (sem partido).
Condenado à prisão domiciliar e indultado pelo presidente Bolsonaro, Daniel Silveira (PTB-RJ) se lançou para o Senado. O Ministério Público Eleitoral contesta, alegando que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) o torna inelegível.
Neste ano, a Justiça Eleitoral recebeu 10.300 pedidos de candidatura para uma vaga na Câmara. É o novo recorde de participações na disputa, com um aumento de 20,5% em relação aos 8.548 inscritos no pleito anterior
No outro lado do Congresso, 35 dos 81 atuais senadores se lançaram à disputa eleitoral deste ano, mas apenas 12 em tentativas de reeleição para o mesmo cargo.
Simone Tebet (MDB-MS) e Soraya Thronicke (União-MS) concorrem à Presidência, e Mara Gabrilli (PSDB-SP) está na chapa de Tebet como vice.
Outros 14 são candidatos aos governos estaduais. No entanto, apenas Fernando Collor (PTB-AL) arrisca ficar sem um novo mandato, já que os demais foram eleitos em 2018 e poderão seguir no cargo caso sejam derrotados nas urnas –a legislatura no Senado é de oito anos.
A lista tem ainda três senadores que se lançaram para uma vaga na Câmara dos Deputados —entre eles José Serra (PSDB-SP)—, uma para vice-governadora, e dois para suplente na própria Casa Legislativa.
Tasso Jereissati (PSDB-CE), Reguffe (União Brasil-DF) e Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) são alguns dos nomes que não se colocaram para o pleito deste ano.
Um terço do Senado será renovado, com 27 cadeiras em disputa. A concorrência também é a maior já registrada pela Justiça Eleitoral, com 233 postulantes, ou 8,6 por vaga.
Na corrida pelos governos estaduais, 20 dos 22 possíveis candidatos à reeleição entraram na disputa, incluindo os que foram eleitos como vice e assumiram o posto no decorrer do mandato. É o caso de Rodrigo Garcia (PSDB-SP).
As exceções são as governadoras do Ceará, Izolda Cela (PDT), e do Piauí, Regina Sousa (PT). Ambas ocuparam o cargo após a renúncia dos respectivos antecessores. A primeira acabou preterida na convenção do partido, e a segunda disse à Folha que não pleiteou a reeleição por questões de saúde.
O Rio de Janeiro, curiosamente, tem dois candidatos à reeleição. Eleito como vice, o governador Cláudio Castro (PL) é agora adversário do vencedor na cabeça de chave em 2018, Wilson Witzel (PMB), deposto por impeachment em 2021. A Procuradoria Regional do Rio contesta a candidatura de Witzel.
O número de concorrentes aos governos estaduais inscritos neste ano (223) também é o maior já registrado pelo TSE.