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segunda-feira 7 de fevereiro de 2022 às 06:25h

“Tenho um respeito muito grande pelo vice-governador (Leão). Acho muito trabalhador”, diz Marcelo Nilo

NOTÍCIAS, POLÍTICA


Apesar de não confirmar que sairá da base petista, o deputado federal Marcelo Nilo (PSB) sinalizou, nesta entrevista ao jornal Tribuna, que, de fato, deve migrar para o grupo do ex-prefeito soteropolitano ACM Neto (DEM/União Brasil). Assim como ACM Neto, Nilo se mostrou contrário à possível nacionalização das eleições da Bahia, e disse que as áreas de Segurança e Educação não tiveram o bom desempenho da Saúde no governo de Rui Costa (PT).

Se deixar o grupo petista, Nilo deve ser candidato a senador e projetou como seria disputar contra Otto Alencar (PSD), que tentará a reeleição. “Se eu for disputar com ele, pode ter certeza quem ganharia com isso era Bahia. Seriam, na minha visão, dois candidatos que têm serviços prestados à Bahia”, declarou.

Confira:

Tribuna – Como é que a bancada baiana atuou ou tem atuado para ajudar as cidades da Bahia afetadas pela chuva? 

Marcelo Nilo – Como coordenador da bancada, nós fomos, 21 deputados federais, ao presidente (da Câmara dos Deputados) Arthur Lira e mostramos a ele que o Governo Federal queria liberar no mínimo R$ 1,5 bilhão para ajudar aos municípios que sofreram com a enchente. O presidente Arthur Lira prometeu e cumpriu. Os recursos estão sendo liberados, claro, aos poucos. Mas essa conversa foi fruto e todo mérito da bancada federal. Todos os deputados que foram lá ao presidente que hoje, apesar do governo ser republicano, o Congresso tem muita força na liberação de recursos.

Tribuna – O senhor acha que essa alta da inflação dos combustíveis pode de alguma forma impactar na tentativa do presidente Bolsonaro se reeleger?  

Marcelo Nilo – Olha, todo presidente que está no mandato… o que ocorre na economia, no social tem reflexo na sua reeleição. Se você tem um problema sanitário, que é o caso hoje fruto da pandemia, vai ter reflexo na reeleição do presidente. Cada cidadão, cada cidadã brasileira vai julgar o presidente fruto das suas ações. Você quando é de oposição trabalha no sentido de fazer as críticas que devem ser construtivas ao mandatário. E quando você está no governo e vai para reeleição você é julgado principalmente pela economia.

Tribuna – O senhor acha que 2021 foi um ano um pouco melhor que 2020? O Brasil conseguiu recuperar alguma coisa do que perdeu? 

Marcelo Nilo – Muito pouco. Infelizmente, foram dois anos de pandemia, né? Fruto da pandemia nós vivemos a crise econômica, uma crise social e uma crise sanitária. Então, foram dois anos muito difícil para os brasileiros, mas nós vamos vencer. Fruto do trabalho dos governantes e principalmente da própria população.

Tribuna – O senhor já sacramentou a sua saída do PSB? Se sim, qual é o seu próximo destino partidário? 

Marcelo Nilo – Não. Não sacramentei minha saída do PSB, não. Eu só vou decidir isso em março. Nunca pensei em sair do PSB. Isso tudo é fruto da articulação política. Ou fruto da mídia, né? Hoje nós temos sites, redes sociais, WhatsApp, Instagram. E cada um cada um faz sua versão. No momento, penso em continuar no PSB, não tem nada definido na minha vida. Tenho até 31 de março para tomar uma posição política.

Tribuna – Nesse meio tempo, o senhor chegou a conversar ou pelo menos a ser procurado por algum dirigente partidário?   

Marcelo Nilo – É óbvio que eu fui procurado por alguns partidos querendo que eu fosse pra eles. Eu vi o presidente do PT me convidando, eu vi o presidente do Podemos me convidando, entendeu? Mas não tem nada certo. Primeiro, eu tenho que decidir o meu norte aí vou procurar um partido que que é a proximidade com o meu pensamento político. Mas, como nós temos até 31 de março, eu vou aguardar. A política é igual a uma nuvem, de um jeito agora e amanhã tá de outro. Eu vou aguar até março para tomar a decisão que é melhor para mim e principalmente, para a Bahia.

Tribuna – Uma das especulações falou inclusive no Republicanos. O Republicanos seria é uma possibilidade? É um partido que está próximo do seu pensamento? 

Marcelo Nilo – Olha, o Republicanos tem dois deputados que são muito meus amigos, o deputado Márcio Marinho e a deputada Tia Eron. São dois grandes companheiros, os dois construíram a caminhada da política. Mas nunca conversei com o Republicanos. Aliás, nunca conversei com nenhum partido sobre o mandato. Primeiro, eu vou decidir se eu continuo no PSB ou não. Quando eu decidi se continuo ou não, aí eu vou tomar um norte. Se for para ficar no partido, ficarei. Se for para sair, vou procurar um partido. Mas nunca conversei com nenhum partido da base da oposição.

Tribuna – O vice-governador João Leão falou que o senhor gostaria de deixar o PSB porque o partido não elegeria dois deputados federais. Em que se baseia essa declaração do vice-governador, considerando que o senhor não conversou com ele sobre isso? 

Marcelo Nilo – Tenho um respeito muito grande pelo vice-governador. Acho muito trabalhador. Um político que cresceu na Bahia. Agora, o PSB tem condições de fazer dois, a três deputados. A deputada Lídice da Mata, que é presidente, tem um currículo fantástico. Foi prefeita, senadora, foi deputada estadual, deputada constituinte, foi duas vezes candidata a governadora. É uma pessoa politizada, é das melhores deputadas do Brasil. Ela saiu candidata a deputada federal faltando três meses para as eleições, teve uma grande votação e se elegeu muito bem com mais de 100 mil votos. Poucos teriam sucesso como ela teve. Então, se eu ficar no partido, pode ter certeza de que poderemos fazer dois a três.

Tribuna – O senhor sairia hoje da base do governador Rui Costa?  

Marcelo Nilo – Sou da base do governo Rui Costa. O que eu tenho dito eu vou repetir. Se o prefeito ACM Neto me convidar para ser candidato a senador, eu vou ouvir a família, vou ouvir o deputado Marcelinho Veiga, vou ouvir meu grupo político para tomar decisão que for melhor para a Bahia. Agora, eu nunca fui convidado para ser senador. Tudo é especulação da imprensa. É apenas porque eu tive com o prefeito. Como sou muito sincero, a imprensa perguntou se eu estive com ele, eu disse sim. Consequentemente deu essa celeuma toda, mas eu nunca fui convidado.

Tribuna – Se o senhor disputasse o Senado, competiria contra o senador Otto Alencar. Como é que o senhor acha que seria essa disputa? Seria acirrada? 

Marcelo Nilo – Eu sempre disse que o senador Otto Alencar faz um bom mandato, ele tem um currículo invejável, duas vezes vice-governador, presidente da Assembleia, foi secretário de estado três vezes, foi governador. É um grande homem público. Se eu for disputar com ele, pode ter certeza quem ganharia com isso era Bahia. Seriam, na minha visão, dois candidatos que têm serviços prestados à Bahia.

Tribuna – Atualmente, o senhor tem algum tipo de mágoa com o senador Jaques Wagner e o governador Rui Costa?  

Marcelo Nilo – Não, eu tenho respeito, sempre tive uma relação muito boa com Jaques Wagner, são 32 anos de amizade, gosto muito de Fatinha Mendonça, sua esposa, tenho uma admiração, respeito por ela. A política ela é dinâmica, né? Independente da política, eu serei sempre um amigo, eu sou grato por ter tido 32 anos de parceria. Eu acho que na política, você não tem conta corrente. Ele foi muito bom comigo. Eu fui muito bom com ele, e espero realmente manter essas relações independente onde estiver.

Tribuna – O senhor acredita que as eleições tanto estaduais quanto as nacionais vão ser polarizadas?  

Marcelo Nilo – Acho que transferir política estadual para nacional é uma coisa ruim para o estado, porque você tem uma discussão da política nacional sobre os problemas macro da economia, do meio ambiente, da crise sanitária. São as discussões nacionais. Nós temos as discussões políticas locais. Por isso que as eleições são juntas, você tem a política nacional e você tem a política estadual. Acho que tem que ser separada. O mesmo problema de São Paulo não é o mesmo problema da Bahia São Paulo tem um problema e tem uma solução. A Bahia tem um problema e tem outra solução. Eu acho que você não deve vincular a política nacional com a política estadual. É a mesma coisa você vincular política municipal com a estadual. Os problemas de Feira são diferentes dos problemas de Brejo Velho. Os problemas de Anta são diferentes dos problemas de Barra da Esquina. Então, cada problema com sua solução.

Tribuna – Qual o grande mérito do governo Rui Costa? No que a Bahia não conseguiu avançar tanto na gestão dele? 

Marcelo Nilo – Eu acho que o grande mérito do governo Rui Costa foi na saúde. A secretaria na área de saúde fez um bom governo. Na área de segurança pública e na área da educação não foi no mesmo patamar.

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