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Secretário Nelson Leal da SDE e o vice-governador João Leão também secretário da SEPLAN - Foto: Divulgação/Sandra Travassos/ALBA
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segunda-feira 19 de julho de 2021 às 06:25h

“Temos o direito de desejar a nossa vez”, afirma Nelson Leal sobre Leão ser o candidato ao governo da Bahia em 2022

NOTÍCIAS, POLÍTICA


O secretário de Desenvolvimento Econômico da Bahia, o deputado estadual licenciado Nelson Leal (PP), crê em uma disputa acirrada na eleição para o governo do Estado em 2022. “Acredito que a eleição de 2022 não vá ser como a de 2018, o governador Rui Costa teve mais de 75% dos votos, foi um recorde histórico aqui no Estado. Pode acontecer um novo recorde? Sim pode! Mas acho muito difícil essa situação se repetir”, declarou, em entrevista ao jornal Tribuna.

O gestor também demonstra alinhamento com a decisão do PP estadual de lançar o vice-governador João Leão como pré-candidato. “O PP tem vontade que o nosso querido vice-governador seja candidato à cabeça [de chapa]. Então a executiva do partido trabalha com a possibilidade de Leão ser o candidato desse núcleo, desse arcabouço de alianças”. Ainda na entrevista, Leal fala sobre os desafios de assumir a SDE. “Apesar da crise econômica gerada pela pandemia no mundo, o Estado da Bahia voltou a crescer graças aos investimentos”, ressalta.

Tribuna da Bahia – O senhor assumiu a SDE há poucos meses e já tem percorrido a Bahia. Qual o seu diagnóstico inicial da situação econômica do Estado, principalmente por conta da pandemia? Quais as principais carências? 

Nelson Leal – A Bahia é um estado com uma extensão territorial muito grande. É claro, temos sim problemas para sanar e infelizmente com a chegada da pandemia dificultou a implantação de algumas soluções em alguns setores. Mas o governador Rui Costa, tem trabalhado muito e realizado muito, tanto que a Bahia é um dos estados que mais investe no Brasil em infraestrutura, e o que mais investiu na saúde em 2020 e é o estado que mais investiu na agricultura familiar nos últimos 5 anos. O governador cobra bastante de toda equipe de governo uma movimentação nos levantamentos do que a Bahia precisa para avançar. Na SDE, nosso principal objetivo é a industrialização do interior do Estado. Para você ter uma ideia do problema, a arrecadação da receita do Estado está concentrada em mais de 70% na região metropolitana de Salvador.  Somos carentes de indústrias na maior parte do território baiano.

Tribuna da Bahia – Quais os principais planos e programas atualmente tocados pela pasta em prol do desenvolvimento econômico da Bahia? 

Nelson Leal  – Apesar da crise econômica gerada pela pandemia no mundo, o Estado da Bahia voltou a crescer graças aos investimentos que citei na pergunta anterior, graças ao agronegócio, e à mineração, atividades estas ligadas ao comércio exterior. O mercado varejista também voltou a aquecer e alguns setores industriais que eu posso citar como exemplo a fabricação de couro e calçados, produtos derivados da borracha, do plástico.  Obviamente, estamos ansiosos para conclusão das obras da Ferrovia Oeste Leste, a Fiol e, também os inícios das obras da construção da ponte Salvador-Itaparica. Juntando o Porto Sul, com essas duas importantes obras, a Bahia dará sem sombra de dúvidas um salto no crescimento econômico de forma muito significativa, pois vamos aumentar e escoar nossa produção rapidamente.

Tribuna da Bahia – Quais principais regiões do Estado mais carentes de incentivos? 

Nelson Leal   – Olha, a Bahia está dividida em 27 territórios de identidade, Salvador pertence ao Território Metropolitano, Feira de Santana ao território Portal do Sertão e Camaçari, ao território Litoral Norte. Juntos esses três territórios, o entorno de Salvador, Camaçari e Feira de Santana arrecadam mais de 87,6% da nossa receita. Por conta disso criou-se um abismo econômico em alguns pontos do nosso estado. Olha, a questão não é carência de incentivos. A questão é descentralizar a receita do nosso estado expandindo a geração desta receita por todo território baiano. Não vamos diminuir em nada o que a região de Salvador, Camaçari e Feira arrecadam. Nosso objetivo é aumentar as arrecadações dos outros 25 territórios. Para você ter uma ideia, o Polo Bioenergético e Sucroalcooleiro que o nosso vice-governador tem trabalhado arduamente para implantar no oeste da Bahia prevê a implantação de 11 usinas de produção de açúcar e álcool. Cada usina vai acrescentar 1% na nossa arrecadação estadual. Estamos falando de 11% de acréscimo na receita do estado vindas da região do Oeste da Bahia.

Tribuna da Bahia – A Bahia é um território inóspito para quem quer empreender? O que fazer para melhorar o ambiente econômico para os micros e pequenos empresários?

Nelson Leal   – Pelo contrário! A Bahia é um terreno fértil para novos empreendimentos. A prova disso é que só nesses quase dois meses à frente da SDE eu já assinei 56 protocolos de intenções com empresas interessadas em se instalar ou ampliar suas atividades no nosso estado. Todos esses protocolos assinados preveem um investimento de 18.5 bilhões de reais, podendo gerar mais de 2700 empregos diretos. Temos que melhorar? Com certeza sim! Mas estamos trabalhando conjuntamente com outras secretarias, fazendo um levantamento por território e dessa forma saberemos como atuar economicamente nos quatro cantos da Bahia. Temos uma política de concessão de incentivos fiscais para os pequenos e microempresários, para os empreendimentos industriais e agroindustriais, e também oferecemos um amplo apoio institucional junto às nossas instituições públicas e privadas para as empresas que querem se instalar na Bahia ou para quem quer empreender. Nós somos parceiros do empreendedor! A prova disso é a parceria que o governo da Bahia construiu com o Sebrae para levar o Serviço de Atendimento ao Empreendedor a todos os 417 municípios do nosso estado. E nas cidades onde o serviço já existe, este convênio com o Sebrae amplia os serviços ofertados. Está cada vez mais fácil abrir uma empresa na Bahia.

Tribuna da Bahia – Com a vacinação em curso, qual a expectativa para 2022? Podemos esperar algum nível de retomada econômica? 

Nelson Leal  – A retomada da economia, não só da Bahia, mas também de todos os estados, e claro, do Brasil, conta com o processo de vacinação contra a covid-19. O mundo todo conta com esta vacina. Vivemos no tempo da economia globalizada. Todos os países são engrenagens da economia. Quando um quebra, desencadeia uma série de problemas nos outros países. Essa lógica não é diferente no Brasil. Os estados são a engrenagem da economia brasileira. O governador Rui Costa e o secretário de Saúde Fábio Vilas-Boas, eu digo pra você, eles não dormem direito desde que a pandemia começou. Trabalham incansavelmente em busca da única forma que temos para salvar vidas que é a vacina e, consequentemente, salvar nossa economia. Sim, podemos esperar por dias melhores, pois estamos vacinando mais e mais faixas etárias da nossa população. Os dias melhores em 2022 estão depositados na vacinação total da nossa população e eu acredito na vacina e acredito que o governador Rui Costa vai garantir vacina para toda população baiana.

Tribuna da Bahia – Qual sua percepção da conjuntura política nacional e o que podemos esperar com o retorno do ex-presidente Lula ao jogo? Será uma eleição polarizada com Bolsonaro?

Nelson Leal   – Acho que a eleição do ano que vem vai ser um divisor de águas porque nós estamos passando por uma situação extremamente grave, por uma questão ideológica, que nega a ciência, e os números que as últimas pesquisas têm mostrado é que o Brasil quer voltar a sorrir, a crescer, a se desenvolver, o cuidar do povo, da nossa gente, da nossa economia, infraestrutura, educação, habitação e principalmente no momento que vivemos cuidar da saúde, que seja a bandeira principal do nosso governante. Eu acho que o que irá acontecer no ano que vem vai ser uma escolha sobretudo em torno do bem estar do povo brasileiro, não podemos esquecer de que estamos todos os dias com tristes números em mortes por conta do covid. É inaceitável mais de mil vidas perdidas diariamente. Eu sofri muito quando chegamos a ter mais de três mil em 24hs no Brasil. Estamos nesta situação em função do descaso, da falta de cuidado, da falta de planejamento da gestão da pandemia na esfera federal. Eu tive a doença! Graças a Deus eu consegui me curar dela. Mas você sente o medo bater na porta quando você olha a situação do país, vê a quantidade de famílias arrasadas pelas perdas. O Brasil ficou muito para trás na compra das vacinas. Isso com certeza vai ser cobrado nas urnas em 2022.

Tribuna da Bahia – Tudo indica que o PP terá primazia para indicar o vice de Wagner. Muito se fala em Carletto e Ricardo Mascarenhas. Que nome do PP reúne as melhores condições para o posto, na sua opinião? 

Nelson Leal   – O PP tem o nome de Leão, é o nosso nome, cada partido tem se colocado à disposição para ser cabeça de chapa. O PP tem vontade que o nosso querido vice-governador seja candidato à cabeça [de chapa]. Então a executiva do partido trabalha com a possibilidade de Leão ser o candidato desse núcleo, desse arcabouço de alianças. Nós estamos hoje fazendo parte, obviamente que o PP nunca foi obstáculo, é o partido que tem sempre contribuído com o crescimento da Bahia, e é um partido que sempre tem uma facilidade grande de diálogo. Por isso se chama Progressista! Sempre visamos o progresso! Então acho que dessa vez, como bem disse Leão, temos o direito de desejar a nossa vez.

Tribuna da Bahia – O senhor acredita na possibilidade de surgir uma terceira via no Estado, como o ministro João Roma? 

Nelson Leal   – Acho que nós temos que aguardar um pouco para ver qual vai ser o cenário de 2022. É muito difícil responder uma pergunta em nome de terceiros, acho que essa pergunta teria que ser endereçada ao ministro João Roma. É difícil fazer uma análise do que o ministro está pensando. Com base nas experiências das eleições passadas aqui no Estado, geralmente temos eleições bi partidárias, polarizadas, mas obviamente que cada eleição é uma eleição. Vivemos numa democracia e graças a essa democracia todos tem direito de concorrer. Basta se lançar, ter projeto e o povo é quem decide na urna.

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