Com aval do presidente Michel Temer, representantes do Palácio do Planalto voltaram a admitir a possibilidade de uma chapa unificada do centro para a disputa presidencial.
A articulação passaria por um acordo similar em São Paulo, maior colégio eleitoral do País, o que deixou em alerta o empresário Paulo Skaf, pré-candidato emedebista ao Governo do Estado. Ele decidiu antecipar o lançamento oficial de sua pré-candidatura para o dia 5 de maio.
Aliados de Temer reconhecem que a candidatura à reeleição do presidente tem como prazo de validade a primeira semana de julho, tendo em vista o atual desempenho dele nas pesquisas de intenção de voto (2% no melhor cenário da mais recente pesquisa Datafolha) e o risco de ele ser denunciado pela terceira vez pela Procuradoria-Geral da República.
Se os índices de intenção de voto permanecerem no mesmo patamar até lá, tanto o MDB como o governo federal tendem a declarar apoio a outro candidato do mesmo campo político. O governo, porém, pressiona Geraldo Alckmin (PSDB) para que o ex-governador de São Paulo defenda o “legado” do presidente na campanha.
O assunto foi tratado nos bastidores no 17° Fórum Empresarial do Lide, evento que reuniu empresários e políticos de centro-direita na semana passada no Recife. “Alckmin vai ter que assumir claramente suas posições. Dependendo de quais forem elas, ele pode ser uma alternativa para o governo. Mas ninguém ganha eleição em cima do muro”, disse o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Carlos Marun, em conversa com jornalistas no evento empresarial.
Ainda segundo Marun, o governo pode conversar também com outros pré-candidatos à Presidência que aceitem defender na campanha a atual administração federal. Marun excluiu desse cenário, porém, o ex-presidente do Supremo Tribunal Joaquim Barbosa, que pode concorrer pelo PSB.
Por Pedro Venceslau e Adriana Ferraz