Tema que há meses repercute na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) e que também tem sido discutido no Congresso Nacional, a qualidade do serviço da concessionária ViaBahia foi discutida pelo deputado estadual Eduardo Salles (PP) na manhã desta quarta-feira (20) no programa Isso É Bahia, da rádio A Tarde FM.
“É preciso sacudir para a gente tomar uma atitude”, disse o parlamentar. Os questionamentos são de que a ViaBahia não tem cumprido suas obrigações desde que passou administrar os trechos das rodovias BRs 324 e 116 localizados na Bahia, há 14 anos. O contrato tem validade de 25 anos.
“Existem deveres e direitos. Os direitos têm sido recebidos [pela ViaBahia], mas os deveres não tem sido cumpridos. Ou eles cumprem ou entregam o contrato de volta”, afirmou Salles, que defende medidas mais enérgicas contra os responsáveis pela concessionária. “Tem que ser presos”, aponta.
“Perguntamos já que o contrato não é bom, por que não entregam [a rodovia para outra consessionária operar]? Eles não querem. Os acionistas querem receber os dividendos dos baianos que estão sofrendo. Eles recebem os dividendos e não fazem os investimentos”, continua.
A suposta má gestão da ViaBahia seria a causa de diversos acidentes, segundo Salles. “A Bahia foi o terceiro estado do Brasil com mais acidentes. Não dizemos que todos que morreram foi por culpa da ViaBahia. Mas questionamos se melhorias não minimizariam a quantidade de acidentes”, alegou na rádio o parlamentar.
Salles e outros deputados estaduais tentaram implantar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na AL-BA, mas o fato de as rodovias serem federais faz o tema sair da alçada estadual.
“A procuradoria da Assembleia viu que não cabe aos deputados estaduais entrar nesse mérito, mas aos federais. Mas ele [José Pedro Guerreiro Bartolomeu, presidente da ViaBahia] não foi para Brasília após um convite do Congresso”, continua.
Salles disse ainda que o presidente da ViaBahia foi convidado para esclarecer fatos na Comissão de Infraestrutura, que ele preside. “Durante duas horas ele mentiu, disse que iria investir R$ 8 bilhões, mas não investiu um centavo”, alegou. “Decidimos convocá-lo para uma segunda chamada, e ele não foi”, continuou.
O deputado estadual e presidente da comissão de Infraestrutura falou também do impedimento de seus colegas protestarem contra a ViaBahia em frente ao pedágio, por ordem de um oficial de Justiça, e comparou a receptividade da concessionária com a da Neoenergia Coelba.
“Nós falávamos sobre a CPI da Coelba. Discutimos ontem [dia 19, terça-feira], levamos o presidente da Coelba [na comissão], e ele disse que tínhamos razão e se comprometeu a fazer investimento de R$ 13 bilhões”, disse.
“Vamos até a diretoria da Coelba. Queremos reuniões com todo mundo para que possamos melhorar [o serviço]. A CPI da Coelba não saiu do nosso radar. Dissemos que queremos isso, isso e aquilo. Se a população entender, nós não vamos fazer a CPI”, concluiu.