O telescópio espacial Hubble, lançado em 1990 pela Nasa, atingiu um novo marco ao descobrir a rapidez com que o Universo está se expandindo. Ao mesmo tempo, gerou um mistério por trás da velocidade com que essa expansão ocorre.
Astrônomos vêm usando telescópios como o Hubble para entender a rapidez com que o Universo está se expandindo. Mas, conforme essas medidas se tornaram mais precisas, também revelaram algo estranho. Como mostra o jornal britânico The Independent, há uma diferença significativa entre a taxa de expansão que vemos hoje e a observada logo após o Big Bang.
O problema é que os cientistas são capazes de explicar essa discrepância. Mas esse mistério pode ser resultado da chamada “nova física”, ainda desconhecida, de acordo com a Nasa, citada pelo periódico britânico.
Nos últimos 32 anos, o Hubble vem coletando informações de “marcadores” no espaço e no tempo que podem ser usados para rastrear a taxa de expansão do Universo à medida que ele se afastam de nós.
Até agora, segundo a agência espacial americana, já foram calibrados mais de 40 marcadores, permitindo ainda mais precisão. “Você obtém a medida mais precisa da taxa de expansão do Universo a partir do ‘padrão-ouro’ de telescópios e marcadores de milhas cósmicas”, afirma o astrônomo Adam Riess, da Universidade Johns Hopkins, em Maryland (EUA), citado pelo The Independent.
Ele é o líder de uma equipe de cientistas que publicou na última sexta (20/5) um artigo na revista científica The Astrophysical Journal, detalhando a maior e provavelmente a última grande atualização do telescópio espacial Hubble, dobrando o conjunto anterior de marcadores da expansão cósmica, bem como reanalisando dados existentes.
A busca por uma medida precisa de quão rápido o Universo estava se expandindo veio quando o astrônomo americano Edwin Hubble (1889-1953) descobriu que galáxias pareciam estar se afastando de nós, sendo que as mais distantes parecem se afastar ainda mais rapidamente. Os cientistas têm procurado uma melhor compreensão dessa expansão, desde então.
Quando o telescópio Hubble começou a coletar informações sobre a expansão do Universo, no entanto, acabou revelando que a velocidade é mais rápida do que os modelos haviam previsto, revela o jornal britânico. Os astrônomos acreditavam que a taxa de expansão era de cerca de 67,5 km/s por megaparsec (3.260.000 anos-luz), mas agora as observações revelam que chega em torno de 73 km/s por megaparsec.