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A 67ª. Sessão da Comissão sobre o Estatuto da Mulher, CSW67, se estendeu até as primeiras horas de sábado em Nova Iorque e terminou com a adoção do documento “Conclusões Acordadas”.
Os Estados-membros ressaltam o papel vital da tecnologia e da inovação nos esforços para alcançar a igualdade de gênero em nível global.
Discriminação, abuso e a misoginia
A declaração de encerramento do maior encontro da ONU sobre igualdade de gênero pede “uma participação plena e igualitária de mulheres e meninas no desenvolvimento de tecnologias digitais”.
Em duas semanas de sessões, a reunião global que promove os direitos das mulheres desde 1946 evidenciou ainda a discriminação, o abuso e a misoginia contínuos enfrentados pelo grupo no mundo virtual.
O objetivo era promover avanços uniformizando o acesso digital e abordando questões como limitações à tecnologia, violência online, sub-representação e preconceito de gênero nas indústrias de tecnologia.
Do Brasil, a acadêmica Mara Alves de Lima apresentou o projeto Rondon, iniciado há 67 anos. Estudantes universitários visitam comunidades de municípios do interior com seus professores. O impacto da iniciativa foi divulgado num dos 2 mil eventos paralelos da CSW67.
“Maior sala de aula do Brasil”
“Eu participo no Rondon da Ufspa, todos nós temos além dessa vivência da realidade brasileira, uma grande troca de conhecimentos com a comunidade. Aprendemos com a cultura e a riqueza humana dessas comunidades. Com isso, é desenvolvida a cidadania e a responsabilidade social, tudo em busca de mais equidade. Essa vivência tem um impacto transformador tão intenso, que a gente leva a experiência do Rondom para outras áreas da nossa vida, por toda a nossa vida. Por isso, é carinhosamente denominado de “a maior sala de aula do Brasil”. O tema do Fórum da Comissão do Estatuto da Mulher deste ano é o Ensino na era digital : o papel da tecnologia e da inovação em busca da maior equidade de gêneros.”
Para a ONU Mulheres, o documento final é um “plano para todas as partes interessadas, incluindo governos, setor privado, sociedade civil e juventude, para promover a participação plena e igualitária e a liderança de mulheres e meninas na concepção, transformação e integração de tecnologias digitais e processos de inovação que atendem aos direitos humanos e às necessidades de mulheres e meninas”.
A entidade que promove o empoderamento feminino destaca que as conclusões acordadas deste ano são revolucionárias e trazem à tona nossa visão de um mundo mais igualitário e conectado para mulheres e meninas em toda a sua diversidade.
A diretora executiva da ONU Mulheres, Sima Bahous, disse que cabe agora traduzir as ações da CSW67 em realidade.
Para ela, o sucesso das Conclusões Acordadas vai além de sua finalização do documento, marcando o fecho do evento, mas na forma como as ações “serão levadas adiante atuando coletivamente.
