Após uma conversa de cerca de 20 minutos com o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na tarde desta última terça-feira (27), a senadora Simone Tebet (MDB-MS) teve o nome confirmado segundo Bruno Góes e Alice Cravo, do O Globo, como futura ministra do Planejamento. A escolha põe fim a um dos principais entraves da montagem da futura equipe do governo, que era o papel de Tebet no novo governo.
Terceira colocada na disputa presidencial, a emedebista se empenhou na campanha de Lula no segundo turno, representando um símbolo da frente ampla que o petista montou para derrotar Jair Bolsonaro (PL). Até quinta-feira (29), Lula deve anunciar os 16 ministros restantes de seu governo, incluindo Tebet.
Segundo aliados da parlamentar, a reunião com Lula foi “boa” e serviu para definir os últimos detalhes sobre o posto que Tebet vai assumir.
Como antecipou a colunista Miriam Leitão, a expectativa do MDB era que a senadora pudesse ter o controle do Programa de Parceria de Investimentos (PPI), a secretaria de coordenação das estatais, incluindo os bancos públicos, o que fortaleceria o planejamento de políticas públicas, além do IBGE e do Ipea.
Tebet, porém, não terá uma pasta turbinada como a sigla desejava. Os bancos não estarão sob o guarda-chuva da pasta. Além disso, o PPI deverá ter “uma gestão compartilhada” com a Casa Civil, que será ocupada por Rui Costa.
Mais cedo, o futuro ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, já havia sinalizado que o PPI não seria tocado pelo Planejamento. Aliados do futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também previam um desenho da estrutura do ministério sem o programa.
— Organograma tem secretarias. Estruturas como o IBGE e IPEA já existem na estrutura. O conjunto dos projetos prioritários do governo, Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, outras marcas que vão existir, inclusive o PPI, são projetos coordenados e monitorados pela Casa Civil. O planejamento participa do comitê gestor coordenado pela Casa Civil. Não tem mudança nem confirmação de estrutura. Tem a estrutura já proposta pela equipe de transição — disse Padilha.
Após a reunião de Lula com Tebet, o presidente do MDB, Baleia Rossi (SP), disse que Tebet estava feliz por assumir “função muito relevante”.