O Tribunal de Contas da União (TCU) abriu uma investigação contra o auditor Nivaldo Dias Filho para apurar se ele tentou interferir na eleição da presidência da corte em 2015. O procedimento foi aberto segundo a coluna de Bela Megale, por determinação do ministro Bruno Dantas com base em mensagens hackeadas da Lava-Jato e obtidas na Operação Spoofing.
A instauração da investigação no TCU aconteceu um dia antes do Superior Tribunal de Justiça (STJ) também abrir um inquérito para apurar mensagens atribuídas a procuradores da Lava-Jato.
Dantas determinou a apuração dos fatos publicados no site “Migalhas” na quarta-feira (17) que relata que em 2015 o auditor de controle externo do TCU, Nivaldo Dias Filho, em conversa com o ex-chefe da força-tarefa, Deltan Dallagnol, tentou interferir na eleição para presidência da corte para impedir a reeleição do ministro Aroldo Cedraz. “Precisamos de algum fato contundente sobre ele que possa convencer os ministros a não reelege-lo (sic)”, diz a mensagem atribuída ao auditor e enviada a Dallagnol.
Inicialmente, Bruno Dantas não pediu cópia das mensagens hackeadas da Lava-Jato que estão em posse do Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro solicitou acesso a todas as ligações telefônicas originadas dos ramais onde o auditor estava lotado e de seu celular funcional feitas para Curitiba no período de 15 de maio a 31 de dezembro de 2015. Requereu ainda os e-mails enviados e recebidos por Nivaldo Dias Filho que possam ter ligação direta com Dallagnol e outros procuradores da Lava-Jato e que se referem ao domínio da Procuradoria-Geral da República, do Ministério Público Federal, do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. Dantas solicitou também a lista de todos processo do TCU acessados pelo auditor nesse período.
A investigação de Nivaldo foi instaurada na Corregedoria do TCU.