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quarta-feira 4 de dezembro de 2024 às 15:52h

TCM da Bahia define prioridade para acompanhamento de políticas públicas

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O presidente do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia, conselheiro Francisco de Souza Andrade Netto, definiu como prioridade, na atuação da Corte de Contas no próximo ano, a avaliação e o monitoramento das ações de políticas públicas pelas administrações municipais. O objetivo, disse, é fazer com que o trabalho desenvolvido pelo TCM tenha impacto positivo na vida das pessoas e seja percebido pela maioria da população. A declaração do presidente foi feita nesta quarta-feira (4), na abertura do VII Encontro Técnico do Controle Externo do TCM, no centro de convenções do Hotel Mercure/Pituba, que reúne conselheiros substitutos, inspetores regionais, auditores e demais profissionais que compõem corpo técnico do tribunal.

O conselheiro enfatizou que as fiscalizações “devem estar sempre alinhadas às necessidades sociais mais urgentes”, e por isso a importância do acompanhamento das políticas públicas, “pois elas são essenciais para a efetividade dos direitos fundamentais e para a redução das desigualdades e da pobreza, que são objetivos primordiais da nossa república”. Ele lembrou os termos da “Carta de Iguaçu”, divulgada pela Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon), que recomendou a alinhamento “das nossas fiscalizações às necessidades sociais mais urgentes”.

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Francisco Netto, na saudação aos integrantes do corpo técnico do TCM observou que, para alcançar este objetivo, “é imprescindível que os tribunais de contas, de forma individual e colaborativa, intensifiquem seus esforços na valorização de seus quadros profissionais, no aprimoramento contínuo de seus processos e práticas de trabalho e na adoção de tecnologias que agreguem valor à nossa missão em benefício da sociedade”. Ele destacou a importância dos debates e troca de experiência durante o encontro e observou que “são frutos de eventos como este”, a distinção que o TCM conseguiu no Marco de Medição do Desempenho dos Tribunais de Contas (MMD-TC) e no “Radar Nacional de Transparência Pública”- onde conquistou o selo “Diamante”.

O diretor da Escola de Contas do TCM, conselheiro Nelson Pellegrino, em sua saudação, informou aos técnicos – e parabenizou o presidente pela iniciativa – que um projeto de reestruturação e modernização do TCM, que fortalecerá ainda mais a instituição e valoriza seus servidores foi elaborado após longos estudos e apresentado à Assembleia Legislativa. A expectativa, disse, é que a matéria seja examinada, aprovada pelos deputados e sancionada pelo governador Jerônimo Rodrigues ainda este ano.

Nelson Pellegrino destacou os desafios e as novas responsabilidades das cortes de contas com a Nova Lei de Licitações e Contratos Administrativos e com a Nova Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB), entre as quais, o dever de qualificar os gestores, de garantir a segurança jurídica, e de buscar a melhor solução para a administração pública e para a sociedade. “É preciso – disse – ser intransigente com o dolo. Mas dialogar, orientar e corrigir eventuais erros. Não havendo dolo, é preciso aproveitar os contratos, buscar a melhor solução e desta forma garantir agilidade e segurança à administração”.

Ele chamou a atenção também para a doutrina do “Consensualismo”, que vem sendo implantada pelo Tribunal de Contas da União e por outras cortes de contas, de modo a intermediar soluções de conflitos que geram prejuízos ao erário e atrasos na execução de obras públicas. Os tribunais de contas – afirmou – precisam ser parceiros dos gestores na busca da melhor solução.

Sobre o acompanhamento e fiscalização das ações de políticas públicas, disse, não se deve esquecer que, “quem foi eleito é quem decide” e é quem prestará contas aos eleitores. Aos tribunais, segundo ele, cabe propor melhorias na execução, “ajustes de caminhos, soluções mais vantajosas e eficazes. Mas cabe aos gestores a decisão. Para isso foram eleitos”.

O procurador do Ministério Público de Contas junto ao TCM, Danilo Diamantino, que também participou da solenidade de abertura do VII Encontro Técnico do Controle Externo do TCM, lembrou a relevância do trabalho dos tribunais de contas, definido na Constituição de 1988, e do dever de fiscalizar a legitimidade e mesmo a economicidade dos atos administrativos. “O Judiciário examina apenas a legalidade. Os TCs, a legitimidade, o que exige muito cuidado e sensibilidade social, senso de prioridade – que deve ser estimulado nos gestores públicos, em benefício da maior parcela da sociedade”.

A superintendente de Controle Externo do TCM, a auditora Marilene Marques, ao saudar os colegas de trabalho, disse que o encontro é o momento para uma reflexão sobre o trabalho que vem sendo desenvolvido, sua importância para a sociedade, e de se planejar novos passos e avanços. Ela destacou os investimentos que estão sendo feitos para uma qualificação e atualização contínua dos técnicos do tribunal e ressaltou o grau de excelência e reconhecimento que vêm obtendo no âmbito das cortes de contas.

Ela agradeceu ao conselheiro presidente Francisco Netto o apoio, neste processo, e observou que, hoje, técnicos do TCM estão realizando cursos de pós-graduação na Universidade de São Paulo (USP) e na Universidade de Brasília (UnB). Citou, como exemplo de reconhecimento da excelência qualidade técnica do TCM, a escolha do auditor Vitor Maciel para compor a equipe brasileira responsável pela auditoria dos órgãos da ONU – o único representante na equipe dos tribunais da região Nordeste do Brasil.

A palestra magna do VII Encontro Técnico do Controle Externo do TCM coube a uma das maiores autoridades no Brasil em Direito Público e Direito Administrativo, o professor Jacoby Fernandes, que abordou o tema “Tribunais de contas e a modernização do controle externo. Nova perspectiva de fiscalização na era da Nova Lei de Licitações e Contratos Administrativos”.

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O encontro prosseguiu com a seguinte programação:

Data: 04/12/2024 (quarta-feira)

Conferência – Tribunais de contas e a modernização do controle externo. Nova perspectiva de fiscalização na era da Nova Lei de Licitações e contratos administrativos.

Convidado: professor Jacoby Fernandes.

Palestra um – contas dos governantes dos tribunais de contas;

Palestrante: Dounato Moutinho (TCE-ES).

Palestra dois – índice de priorização dos objetos de auditoria;

Palestrante: José Leonardo Ribeiro Nascimento (CGU).

Palestra três – auditoria no TCM/BA;

Palestrante: Antônio França (TCU).

Palestra quatro – as inovações no trabalho das inspetorias;

Palestrantes: Felipe Souto e Marcelo Souza.

Data: 05/12/2024 (quinta-feira)

Palestra cinco – resultados do ciclo do MMD 2022-2024 e metas para o próximo ciclo;

Palestrantes: Andressa Seixas e Daniele Oliveira.

Palestra seis: fiscalização dos Institutos de Previdência;

Palestrante: Jailson Gomes de Araújo Júnior.

Palestra sete: Machine learning: análise preditiva aplicada aos tribunais de contas;

Palestrantes: Felipe Souto e Teotônio Barbosa.

Palestra oito: análise de editais de licitação e diagnósticos da Nova Lei de Licitação e do controle interno dos municípios baianos;

Palestrantes: Alessandro Macedo e Mariana Coutinho.

Palestra nove: fiscalização de políticas públicas;

Palestrantes: Bartolomeu Lordelo Júnior, Luiz Carlos da Costa Lino Leite, e Maíra Oliveira Noronha.

Palestra dez: auditoria no contexto das Nações Unidas: desafios e experiências

Palestrante: Vitor Maciel.

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