O candidato do Republicanos ao Governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas, teve a adesão de mais cinco partidos, além das siglas que já compõem sua coligação, na primeira semana do segundo turno.
Com isso, caso seja eleito, ele pode ter apoio de pelo menos 52 do total de 94 deputados da Assembleia Legislativa de São Paulo.
Tarcísio recebeu apoio da União Brasil, com 8 parlamentares eleitos em São Paulo, do MDB, com bancada de 4 deputados, além do Podemos e do PP, com 4 e 3 representantes, respectivamente.
As novas adesões se somam aos quatro partidos que integram a campanha do candidato e elegeram 33 representantes em São Paulo: PL (19), Republicanos (8), PSD (4) e PSC (2).
O movimento tende a fortalecer a candidatura de Tarcísio para o segundo turno. Nesta terça (4), o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, organizou um jantar na capital paulista com a presença de Tarcísio e de deputados estaduais e federais, além de prefeitos e do senador eleito Marcos Pontes.
No encontro, que contou ainda com Marcos Pereira e Gilberto Kassab, chefes dos Republicanos e do PSD, respectivamente, foi discutida a estratégia de Tarcísio diante de Fernando Haddad (PT).
Na campanha do petista, apenas dois partidos declararam apoio até o momento, PDT e Solidariedade. No total, caso eleito, Haddad teria em tese, com base nas adesões do período eleitoral, 30 deputados estaduais como aliados.
O PSDB, que formou uma bancada de 9 parlamentares nestas eleições estaduais, ainda não declarou apoio formal a nenhum dos dois candidatos que disputam o segundo turno, apesar de o governador Rodrigo Garcia (PSDB) ter se posicionado a favor da candidatura de Tarcísio.
A expectativa é que os deputados tucanos, principalmente os mais alinhados com Rodrigo —como o atual presidente da Alesp, Carlão Pignatari, Carla Morando e o líder do governo, Vinícius Camarinha— também fechem apoio a Tarcísio.
O apoio de Garcia foi formalizado em encontro com Tarcísio e o presidente Jair Bolsonaro (PL), que tenta a reeleição, menos de 48 horas após a divulgação do resultado do primeiro turno.
“A decisão é coerente com a minha história e com aquilo que eu defendi na campanha. São Paulo vai bem porque o PT nunca governou, e quero que continue bem”, disse Rodrigo, nesta quinta (6).
A presença de Rodrigo é vista como mais útil para Bolsonaro, que neste segundo turno priorizará a sua campanha no Sudeste do país como forma de descontar a vantagem de Lula no Nordeste. No entanto, a participação do tucano não deixa de ser útil para Tarcísio ampliar sua base no Legislativo paulista, caso seja eleito.
Tarcísio terminou a primeira rodada de votação na liderança com 42,32% dos votos válidos. Haddad teve 35,70% e Rodrigo ficou em terceiro lugar, com 18,40% dos votos.
A adesão do governador paulista deflagrou uma série de manifestações de apoio de prefeitos tucanos em São Paulo à campanha do Republicanos. Já na segunda, dia seguinte à derrota de Rodrigo no primeiro turno, o prefeito de Ribeirão Preto, Duarte Nogueira (PSDB), gravou um vídeo a favor de Tarcísio e com críticas a Haddad.
“Temos obras importantes na cidade que dependem do governo do estado. Por isso, meu apoio também vai ao Tarcísio de Freitas. Haddad, quando teve a chance, se mostrou totalmente incompetente. Foi o pior prefeito da história de São Paulo”, diz Nogueira.
Em evento que formalizou o apoio da União Brasil, na tarde de quarta (5), Tarcísio ressaltou a “maior capilaridade” com a “adesão enorme de prefeitos” adquirida neste início de segundo turno em comparação com o começo da campanha.
“Não está mais faltando muita coisa para chegar, nós estamos pegando tudo”, disse o candidato sobre os apoios de partidos. “Estamos tendo alianças porque o projeto está ganhando adesão”, continuou.
Entre os prefeitos tucanos que aderiram à campanha de Tarcísio está o mandatário de São Bernardo do Campo (ABC), Orlando Morando (PSDB), integrante da executiva nacional do partido. “É quase um processo natural a adesão dos prefeitos que apoiavam o Rodrigo à campanha de Tarcísio”, afirma o prefeito.
“Eu, particularmente, sempre fiz oposição ao PT, derrotei o Luiz Marinho (PT) e a hegemonia petista em São Bernardo, não tinha como seguir por outro caminho”, disse Morando.
O prefeito de São Bernardo, inclusive, é casado com a deputada tucana Carla Morando, reeleita para mais quatro anos na Alesp.
Para o deputado reeleito Paulo Fiorilo (PT), a maioria de deputados aliados não significa, necessariamente, vitória garantida em votações de projetos do governo na Assembleia Legislativa de São Paulo.
“Acho possível ter rearranjos [de alianças]. Além disso, defendemos a proporcionalidade”, diz Fiorilo ao se referir à composição das comissões e da mesa diretora de acordo com a quantidade de deputados eleitos por partido.