O projeto de privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) mostrou o estilo de governar de Tarcísio de Freitas (Republicanos). Antes de encaminhar o texto para a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), o governador se reuniu pessoalmente segundo Roseann Kennedy, da coluna Estadão, com representantes dos 320 dos 375 municípios atendidos pela companhia.
Tarcísio apresentou o texto a 60 deputados estaduais em reunião no Palácio dos Bandeirantes, antes de enviar o projeto, nesta terça, 17. A articulação prévia contrasta com a atuação de grande parte dos políticos, que geralmente mandam a proposta para o Legislativo sem antes afinar o discurso e desconstruir os argumentos da oposição.
Com a técnica, Tarcísio busca evitar surpresas na hora da votação. Na linha de, quando entra em campo, o jogo já está combinado. Chamado de “Dilma” – em referência à ex-presidente Dilma Rousseff, apontada como uma pessoa sem traquejo político – o governador abriu o gabinete para tentar evitar derrotas.
A interlocutores, o governador afirma que, se o projeto for aprovado será na base do convencimento. “Não haverá troca de cargos”, tem sido taxativo, descartando novas mudanças no seu secretariado.
Vale lembrar que Tarcísio, desde setembro, não vive um bom momento na Assembleia Legislativa de São Paulo. Primeiro, enfrentou dificuldades para votar um projeto que aumenta taxas no Judiciário paulista. O plenário não deu quórum e a matéria foi adiada.
O governador também enfrenta dificuldades para convencer os deputados estaduais a aprovarem o projeto que concede anistia a quem foi multado por descumprir medidas sanitárias na pandemia.