De acordo com o AFP, o Talibã realizou sua primeira execução pública desde que voltou ao poder, em agosto de 2021, com a execução nesta quarta-feira (7) de um homem condenado por assassinato.
No mês passado, o líder supremo do Talibã, Hibatullah Akhundzada, ordenou aos juízes que implementassem totalmente os aspectos da lei islâmica, como as execuções públicas, o apedrejamento, açoitamento e a amputação de membros.
Desde então, as autoridades realizaram várias sessões de chicotadas públicas, mas a execução desta quarta-feira em Farah (oeste), capital da província de mesmo nome, é a primeira que anunciam desde que chegaram ao poder.
De acordo com um comunicado divulgado pelo Talibã, o nome do homem executado era Tajmir e ele morava na província de Herat.
“O tribunal supremo foi instruído a aplicar esta ordem de qisas durante uma reunião pública dos moradores”, disse um porta-voz do Talibã, Zabihullah Mujahid, em um comunicado, referindo-se a uma lei islâmica.
O qisas é um princípio islâmico semelhante à lei de talião, que consiste em fazer com que o criminoso sofra um dano igual ao que causou.
Não está claro como a execução aconteceu. Os talibãs especificaram no comunicado que o homem havia confessado a culpa.
Restrições severas
Em seu primeiro mandato no Afeganistão (1996-2001), o Talibã infligia regularmente punições corporais públicas, incluindo açoitamentos e execuções no estádio nacional de Cabul.
Quando voltaram ao poder, os fundamentalistas islâmicos prometeram que tais medidas não seriam mais aplicadas, embora tenham implementado restrições cada vez mais severas, especialmente para as mulheres.
Elas foram gradualmente expulsas da vida pública. As mulheres não podem viajar sem estar acompanhadas de um parente do sexo masculino e devem usar um véu completo em público, de preferência uma burca.
Os talibãs também fecharam escolas de ensino médio para as meninas na maioria das províncias.
Mujahid garantiu que o caso desta quarta-feira foi examinado por uma série de tribunais antes de chegar ao Supremo Tribunal.
“O caso foi examinado com muita precisão”, disse ele no comunicado. “No final, foi ordenada a aplicação da lei sharia de retribuição ao assassino”.
Akhundzada governa por decreto em Kandahar, a cidade onde o movimento nasceu. A declaração especificava que uma dúzia de oficiais do tribunal e representantes do Talibã compareceram à execução.