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Sylvester Stallone - Foto: Reprodução
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sexta-feira 16 de dezembro de 2022 às 11:38h

Sylvester Stallone em entrevista para Veja: “O Oscar é um prêmio político”

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O ator Sylvester Stallone que nasceu em 6 de julho de 1946 (idade 76 anos), falou com a revista Veja sobre a experiência de interpretar um mafioso pela primeira vez em ‘Tulsa King’

O senhor nunca havia feito séries de TV, nem interpretado um mafioso. Por que agora? Os tempos mudaram. Os melhores roteiristas e os maiores orçamentos estão no streaming. Sobre a máfia, nos anos 1970 tentei ser figurante em O Poderoso Chefão (1972). Eu apareceria pequenininho, atrás de um bolo de casamento. Não fui aprovado, e tive de esperar cinquenta anos para viver meu primeiro mafioso. Mas valeu a pena.

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DESLOCADO – O astro na série: “Sinto que ainda tenho de provar algo pra mim mesmo” Brian Douglas/Paramount+/.

Tulsa King não é comédia, mas tem humor em meio à violência. O que achou do resultado? Meu personagem é um cara ameaçador e sombrio. Mas, quando ele é enviado de Nova York para um lugar como Tulsa, é como se estivesse na Lua, com caubóis, índios e cavalos. Tentar se adaptar a isso deu uma dimensão divertida à história — ficar só matando todo mundo seria entediante.

Sylvester Stallone (Foto: Reprodução)
Sylvester Stallone (Foto: Reprodução)

Produções sobre a máfia ainda fazem sucesso. O que explica o interesse das pessoas pelo tema? A máfia é sempre misteriosa e sexy. Mas penso que hoje esse tipo de criminoso é quase obsoleto. Ninguém sabe mais com o que um mafioso se parece. Na série, eu sou o último da minha espécie. Estou acabado, enfim, mas tenho uma chance ao viver no Oeste como um caubói. Isso diferencia a série de filmes como Os Bons Companheiros. Eu me identifico, aliás, com meu personagem. Sou esse dinossauro. Sou a velha guarda.

Rocky (1976) ganhou três Oscars, inclusive o de melhor filme, mas o senhor nunca foi aclamado pela crítica. Sente que ainda precisa provar alguma coisa para alguém? Creio que sim. O Oscar é um prêmio político, tenha certeza disso. Nem sempre as pessoas certas ganham. Como é possível ganhar como melhor filme e não diretor? Ou melhor filme e não roteiro? Não faz sentido. Mas, ainda que eu perceba essa incoerência, sinto que ainda tenho de provar algo a mim mesmo.

Por quê? Não sei de onde vem isso. Talvez da minha infância, porque meu pai dizia que eu não era bom o suficiente. Esse complexo de inferioridade um ator nunca supera. Sempre está tentando se validar. O lado bom é que isso me torna produtivo. Não quero parar.

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