Parte expressiva do Centrão, sobretudo o PP, discutiu internamente neste fim de semana fazer uma representação contra o deputado Luís Miranda no conselho de ética da Câmara pela grave acusação que envolve Ricardo Barros, deputado e líder do governo.
Em condições normais, conforme a coluna de Lauro Jardim, seria líquido e certo pedir a abertura de um processo de cassação de Miranda.
O que travou qualquer movimento é a possibilidade de Miranda ou o seu irmão terem gravado Jair Bolsonaro na conversa que os três tiveram no Palácio da Alvorada no dia 20 de março. Nela, segundo Miranda, Bolsonaro teria dito que a história da compra da vacina indiana era um “rolo” de Barros.
Ao jornal “O Estado de S. Paulo”, Miranda afirmou que teria como provar o que disse na CPI:
— A gente tem como mostrar a verdade e de um jeito que vai ficar muito ruim para o presidente.
Como, de acordo com um integrante do Centrão, “ninguém sabe se é blefe ou não”, optou-se por esperar.
O Centrão não está disposto, portanto, a pagar para ver. Aliás, nem o Centrão e nem Bolsonaro que até agora não deu uma palavra sobre as acusações.