Vereador rebate proposta da presidente do partido sobre escolha de candidato à prefeitura
O vereador e ex-senador Eduardo Suplicy, um dos seis pré-candidatos do PT à Prefeitura de São Paulo, expôs neste domingo (19) a divisão no processo de escolha do partido para a disputa municipal de 2020.
Em uma publicação em rede social, Suplicy criticou a orientação da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, para que sejam evitadas prévias para a definição do candidato a prefeito em São Paulo.
Com aval de Lula, Gleisi manifestou a intenção após reunião com dirigentes petistas na sexta-feira (17).
“Embora presente à reunião de diretório nacional, e sendo um dos pré-candidatos, nenhum dirigente do partido me orientou sobre esta nova diretriz”, afirmou Suplicy.
“Nos 40 anos de vida no PT, a experiência me mostrou que o intenso debate de ideias no processo democrático das prévias, previsto em nosso regimento, além de saudável, contribuiu para o fortalecimento do partido e nos levou a inúmeras vitórias”, completou, em carta dirigida e Gleisi e publicada em seu perfil no Instagram.
À Folha o pré-candidato disse que a ideia é fortalecer a candidatura que será escolhida no dia 15 de março.
A exposição pública das divergências ocorre na véspera de nova reunião do diretório, prevista para esta segunda-feira (20) para discutir regras de possível prévia da candidatura do PT à prefeitura da capital paulista.
Gleisi tomou posse para mais um mandato como presidente nacional do partido. “O nosso esforço é para demover o diretório municipal de fazer prévias, e os pré-candidatos também. Nós queremos chegar a um nível de unidade”, disse ela na sexta.
O PT tem, além de Eduardo Suplicy, os deputados federais Carlos Zarattini, Paulo Teixeira e Alexandre Padilha, o ex-deputado Jilmar Tatto e o ex-vereador Nabil Bonduki como pré-candidatos.
Suplicy cita a realização de prévias nas eleições municipais de 1985 e 1986, e na campanha presidencial de presidencial de 2002, em que disputou a vaga com Lula.
Como informou o Painel, Lula está diretamente envolvido na definição do quadro em São Paulo e está atuando para que o candidato seja escolhido nas próximas semanas.
Em reunião na sexta, a sigla reforçou a orientação de lançar o maior número de candidaturas próprias nas municipais deste ano e trabalhar para evitar prévias e impedir rachas.
Segundo Gleisi, o ex-presidente reiterou a tese de que o partido tenha protagonismo nos pleitos municipais e intensifique a oposição ao governo Jair Bolsonaro (sem partido).
Nas eleições municipais de 2016, o PT perdeu mais de metade das cidades que administrava. Naquele ano, o partido foi o que mais encolheu, indo de para 630 prefeituras para 256. As informações são da Folha de São Paulo.