A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 9,36 bilhões em dezembro, o que levou o País a fechar com US$ 98,838 de saldo em 2023 – resultado recorde, 60,6% maior que o registrado em 2022.
De acordo com dados divulgados nesta sexta, 5, pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), o valor do ano passado foi alcançado com exportações de US$ 339,673 bilhões (alta de 1,7% ante 2022) e importações de US$ 240,835 bilhões – recuo de 11,7% ante o ano anterior. Em dezembro, as exportações somaram US$ 28,839 bilhões, e as importações alcançaram US$ 19,479 bilhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
O resultado para o ano superou todas as expectativas da pesquisa do Projeções Broadcast, cujo intervalo era de US$ 96,2 bilhões a US$ 98,4 bilhões, com mediana em US$ 97,1 bilhões.
O recorde das exportações no ano passado revela a resiliência de certos setores, em especial do agronegócio, às adversidades internacionais, segundo o economista-chefe da Constância Investimentos, Alexandre Lohmann.
Entre os números da balança comercial divulgados ontem, ele destaca o crescimento de 9% das exportações da agropecuária, sendo a soja, com US$ 53,2 bilhões, o produto mais vendido pelo Brasil.
Marco com a China
A secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres, destacou que a previsão de novo recorde de exportações em 2024 pode ser feita mesmo num cenário externo mais desafiador para a economia global. Segundo ela, apesar de haver uma “interrogação” em relação aos preços, a expectativa é de que o recorde seja alcançado especialmente em razão do aumento de volume exportado.
Ela também ressaltou que, pela primeira vez, o Brasil ultrapassou a marca de US$ 100 bilhões exportados à China. O montante é o maior valor já exportado pelo Brasil a um parceiro comercial. Foram US$ 105,7 bilhões em vendas ao país asiático no ano passado.
No acumulado do ano em relação às exportações, comparando-se com 2022, houve crescimento de US$ 6,7 bilhões (9%) em Agropecuária e alta de US$ 2,64 bilhões (3,5%) em Indústria Extrativa. Já nas importações, houve queda de US$ 1,2 bilhão (-21%) em Agropecuária, recuo de US$ 5,95 bilhões (-27%) em Indústria Extrativa e redução de US$ 24,18 bilhões (-10%) em produtos da Indústria de Transformação.