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domingo 12 de maio de 2024 às 11:53h

Suíça vence Eurovision sob o signo do protesto

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Apesar do caráter apolítico e do slogan “Unidos pela música”, manifestações contra Israel, nas ruas e no palco, abstenções e desqualificações marcaram a 68ª edição do Festival da Canção na Suécia. A Suíça venceu o 68º Festival Eurovisão da Canção (Eurovision Song Contest, ESC) neste último sábado (11), na cidade sueca de Malmö, com a música The Code, apresentada pelo rapper e cantor não binário Nemo. Essa é a terceira vitória do país no concurso e a primeira desde 1988, quando a canadense Céline Dion se apresentou sob a bandeira suíça.

Rim Tim Tagi Dim, com Baby Lasagna, da Croácia, ficou em 2º lugar; o 3º coube a Teresa & Maria, da Ucrânia, cantada por Alyona Alyona e Jerri Heil. A Suécia, país-anfitrião, ficou em 9º lugar (Unforgettable, Marcus & Martinus), seguida por Portugal, representado por Iolanda com Grito. À Alemanha coube a 12ª colocação, com Always on the run, interpretada por Isaak.

O slogan do Eurovisão 2024 foi “Unidos pela música”. Apesar de declaradamente apolítico, o evento foi marcado por protestos e manifestações, sobretudo em torno do conflito israelo-palestino.

Protestos, abstenções, desqualificações

Como nas fases anteriores da 68ª edição, ao longo de toda a final milhares protestaram diante da Malmö Arena contra a participação de Israel no concurso. Na atuação da representante nacional, a russo-israelense, Eden Golan, ouviram-se vaias e assobios. Segundo jornalistas presentes à Arena, ela também teria sido vaiada no desfile das bandeiras que abriu a cerimônia. Ainda assim, coube a Golan o 5º lugar, com Hurricane.

A cantora norueguesa Allesandra Mele, 5º lugar na edição 2023, retirou-se da função porta-voz oficial da pontuação para seu país. Em vídeo no Instagram, afirmou que o slogan do ESC não passava de “palavras vazias”, acusou Israel de “genocídio” e concluiu dizendo “Libertem a Palestina”.

Como forma de protesto mais discreta, no desfile das bandeiras da final a representante portuguesa Iolanda apresentou-se com um vestido de uma marca palestina, e unhas pintadas com o padrão do keffiyeh, lenço símbolo da resistência palestina. Ao encerrar sua atuação, a cantora comentou: “A paz vai prevalecer”.

Ela não foi a única a se manifestar contra a violência: Bambie Thung, da Irlanda, que se absteve de participar do ensaio geral, gritou “o amor vai sempre triunfar sobre o ódio”, antes de abandonar o palco. O francês Slimane terminou sua apresentação com o slogan “Unidos pela música pelo amor e a paz”.

Sob a sombra de Israel-Hamas

Já se arrastando há décadas, o conflito israelo-palestino se intensificou após os atentados de 7 de outubro de 2023, pelo grupo fundamentalista islâmico Hamas em solo israelense, que causaram quase 1.200 mortos. A reação militar de Israel já resultou em mais de 34 mil mortos na Faixa de Gaza.

Dos 37 países concorrentes do 68º Festival da Canção, 25 participaram da final do 68º Festival Eurovisão da Canção: Alemanha, Armênia, Áustria, Chipre, Croácia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Geórgia, Grécia, Itália, Irlanda, Israel, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Noruega, Portugal, Reino Unido, Sérvia, Suécia, Suíça, Ucrânia.

A Holanda deveria também ter se apresentado, mas a organização desqualificou seu representante, Joost Klein, devido a um incidente durante a segunda semifinal. Além da Europa, o Eurovisão é transmitido para várias regiões. No Brasil, a emissora foi Zapping Music Live, tendo como apresentadora Priscila Bertozzi.

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