Na edição da revista Veja desta semana, a coluna Radar mostra que o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, avança acelerado para entrar na política pelas mãos de Jair Bolsonaro. O sonho do banqueiro é ser vice do presidente e até já conversou com ele sobre isso. Pode, no entanto, disputar uma vaga no Senado ou até o governo do Rio.
Nas redes sociais, Guimarães já veste o figurino próximo do discurso de candidato. Ele tem rodado o país ampliando a estrutura da Caixa e divulgando os produtos do banco. Sempre filmando vídeos curtos, Guimarães já degustou ostras em Florianópolis para falar de uma linha de crédito da Caixa, já postou falando de perrengues da viagem, já dormiu num acampamento do Exército na Amazônia, porque “a gestão da Caixa no governo Bolsonaro não aluga jatinho”.
Num evento em que inaugurou uma agência da Caixa voltada para o agro, um setor importante para o eleitorado bolsonarista, Guimarães chegou quase a anunciar um programa nacional de financiamento da piscicultura em reservatórios.
“Estava com o presidente nesta semana e a gente vai fazer uma revolução. A Caixa vai financiar. A gente vai fazer uma revolução do ponto de vista do crédito. Não vou anunciar porque o presidente Bolsonaro vai anunciar. São mais de 70 lagos de hidrelétricas que hoje não podem receber piscicultura”, disse Guimarães.
O chefe da Caixa também critica o patrocínio de clubes de futebol, uma marca do centrão nos tempos em que indicados do PP de Ciro Nogueira mandavam no banco. E bate na corrupção igualmente descoberta no período de reinado dos partidos do Congresso na cúpula da Caixa:
“Quando assumi, a Caixa era um banco que estava nas páginas policiais, porque fazia anos que o seu balanço estava com ressalva. A Petrobras que era a Petrobras com aquela roubalheira inteira, só teve dois balanços com problemas. A Caixa teve dez trimestres. O FGTS e o FI-FGTS, o dinheiro dos trabalhadores, estava com ressalva desde 2011. Ou seja, o último balanço sem ressalva foi em 2010. Dez anos o dinheiro dos trabalhadores sendo desviado para roubo. Pessoas presas, alguns empregados da Caixa, outros que mandavam efetivamente no banco que desviavam… E não sou eu que estou falando, era o Ministério Público. E nós tínhamos que mudar isso”, diz Guimarães.