Pesquisadores do Instituto Meira Mattos da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército realizaram uma pesquisa de campo junto a soldados indígenas do Comando Militar da Amazônia (CMA). Intitulado A relevância da incorporação de jovens oriundos das comunidades indígenas no Exército Brasileiro, o projeto é conduzido pelo Grupo de Estudos de Defesa Nacional, Fronteiras e Migrações, pautado no respeito e na valorização dos povos originários do Brasil. Os dados foram coletados na primeira quinzena de julho.
O objetivo é produzir conhecimentos sobre a seleção dos voluntários indígenas; sua adaptação à vida militar e a relação do Exército com as comunidades. O projeto escolheu o 5º Batalhão de Infantaria de Selva, por ter a maior representatividade étnica no Exército, na faixa de fronteira com maior população indígena do Brasil.
As pesquisas foram conduzidas nos Pelotões Especiais de Fronteira de Querari, de Iauaretê e de Maturacá, em comunidades indígenas da região e junto a agências governamentais e entidades da sociedade civil organizada. Para compreender melhor as dinâmicas regionais, os pesquisadores consultaram a Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro; Instituto Socioambiental; Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade e Fundação Nacional dos Povos Indígenas.
Mais de 200 entrevistas com militares indígenas da ativa foram realizadas pelos doutorandos Tenente-Coronel Tigernaque e Major Douglas Oliveira, do Programa de Pós-Graduação em Ciências Militares, sob a coordenação do professor Dr. Tássio Franchi e do Coronel veterano Newton Bochi, juntamente com o assessor indigenista do CMA, Capitão veterano João Pinheiro.
De acordo com o Chefe do Estado-Maior do CMA, General de Brigada Washington Rocha Triani, a pesquisa sobre a incorporação de jovens de comunidades indígenas no Exército é muito importante e está alinhada com o respeito e apoio aos povos originários e à população amazônida, que é uma das vocações estratégicas estabelecidas pelo Comandante Militar da Amazônia, General de Exército Costa Neves,
A incorporação de soldados indígenas possibilita um maior intercâmbio entre as culturas, hábitos e conhecimentos tradicionais e os valores e práticas do Exército, favorecendo a defesa da Amazônia. Agora, a pesquisa de campo busca identificar de modo sistematizado esses processos e descobrir maneiras de fortalecer a parceria entre Exército e comunidades indígenas.
Saiba mais sobre o projeto do Soldado Indígena e outras pesquisas nas mídias sociais do GEDEFROM.
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Veja como é a vida em um Pelotão Especial de Fronteira e saiba mais sobre a integração do Exército com os povos indígenas.