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O secretário-geral da ONU, António Guterres, considerou a situação humanitária “terrível” na Faixa de Gaza agravada pelo inverno.
Falando nesta segunda-feira no Conselho de Segurança, ele citou os cerca de 2,3 milhões de palestinos vivendo em condições “desumanas e precárias”.
Chefes da diplomacia e representantes em nível ministerial
No pronunciamento, o líder das Nações Unidas enfatizou que 153 trabalhadores da organização já foram mortos desde o início do conflito na Faixa de Gaza há mais de 100 dias. Mais de 25 mil palestinos perderam a vida e 60 mil ficaram feridos.
Na sessão presidida pelo ministro dos Negócios Estrangeiros da França, Stéphane Séjourné, estiveram chefes da diplomacia e representantes em nível ministerial da Argélia, da Eslovênia, do Irã, da Rússia, da Serra Leoa, do Reino Unido e dos Estados Unidos.
Para o secretário-geral, a luta diária pela sobrevivência em Gaza acontece em meio a uma realidade sem abrigos adequados, aquecimento, instalações sanitárias, alimentos e água potável. Ele destacou que “todos passam fome” na região.
A ONU calcula que um quarto da população da área, ou mais de meio milhão de pessoas, está na iminência de enfrentar níveis catastróficos de insegurança alimentar.
Mais pontos de passagem para Gaza
Para que a ação humanitária prossiga, Guterres listou requisitos como Segurança, levando em conta a operação em uma zona de guerra.
Outros itens necessários são equipamento para telecomunicações entre os comboios, veículos blindados e material de proteção em meio a confrontos e à existência de restos explosivos de guerra.
Entre as necessidades para melhorar o auxílio estão mais pontos de passagem para Gaza e um acesso ao norte que “seja rápido, seguro, sem entraves, amplo e estável em toda Gaza”.
Guterres reiterou seu apelo por um cessar-fogo humanitário imediato. Ele defende que a medida “garantirá que ajuda suficiente chegue onde é necessária, facilitará a libertação de reféns e ajudará a diminuir as tensões em todo o Oriente Médio.”
Solução de dois Estados
O chefe da ONU enfatizou ainda que uma recusa de qualquer parte em aceitar a solução de dois Estados deve ser firmemente rejeitada. Para ele, a medida é a única forma de abordar aspirações legítimas tanto dos israelenses como dos palestinos.
O secretário-geral falou ainda dos ataques de combatentes houthis no Mar Vermelho que “estão perturbando o comércio global”. Guterres fez referência a bombardeios dos Estados Unidos e do Reino Unido a posições do grupo no Iêmen.
Para Guterres é essencial diminuir a escalada e que todos os ataques a navios mercantes e comerciais no Mar Vermelho cessem imediatamente.
