Apesar de não terem sido confirmadas publicamente pelo prefeito ACM Neto (DEM), as mudanças no primeiro escalão do Palácio Thomé de Souza podem “segurar” potenciais candidaturas de Léo Prates e Ana Paula Matos em 2020.
A leitura vem de interlocutores com trânsito no grupo, que apostam que o prefeito não está propenso a manter os secretários nos novos postos por pouco tempo – a desincompatibilização para candidatos a vereador acontece em abril e para o Executivo dois meses depois.
Conforme publicado pelo Bahia Notícias, Leo Prates é citado como um plano B em caso da não viabilidade eleitoral do vice, Bruno Reis, na corrida pela sucessão de ACM Neto. O deputado estadual licenciado que deve assumir a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) não nega o interesse e trabalharia nos bastidores para manter vivas as chances de participar da disputa do próximo ano.
Já Ana Paula Matos é lembrada como candidata a vereadora em um contexto de fortalecimento de candidaturas femininas. Publicamente, ela não demonstra vontade de estar no pleito, porém se coloca disponível para os melhores interesses do grupo político. Em entrevista ao Bahia Notícias, em fevereiro deste ano, a secretária foi enfática: “Hoje, agora, não faz parte dos meus planos. Levo isso com muito orgulho. Não tenho nenhuma pretensão”. Como possível titular da Secretaria de Promoção Social e Combate à Pobreza (Sempre), Ana Paula garantiria visibilidade suficiente para buscar uma vaga na Câmara.
Das três trocas prováveis, apenas Luiz Galvão, que deve ser transferido para as Prefeituras-Bairro, não deve ter foco eleitoral. Ele é considerado um quadro técnico e, apesar de bem avaliado na SMS, não apresentou o viés político para transformar a pasta em um trunfo para a gestão de ACM Neto.
Como as alterações no secretariado aconteceriam agora e a demanda por desincompatibilização se apresenta em abril – ou junho de 2020, no caso de Prates – nove ou 12 meses são períodos curtos para que qualquer um deles consiga o resultado prático esperado pelo prefeito, dizem fontes ligadas ao Thomé de Souza. Isso justificaria a manutenção de Prates, Ana Paula e Galvão nos cargos até o final do segundo mandato de ACM Neto, numa espécie de “âncora” para balizar a administração do democrata.