Segundo publicou o Metrópoles, mesmo com a libertação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PT irá discutir, a partir do próximo dia 22 de novembro, a sua agenda futura. Um dos principais pontos ventilados por membros da legenda é se eles aderem, ou não, à ideia de impeachment do presidente Jair Bolsonaro (PSL). O partido vai realizar em São Paulo seu congresso nacional, que deve reconduzir, com o apoio do Lula, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) ao cargo de presidente da sigla. De acordo com delegados da legenda, esse é um assunto que estará na pauta de discussão.
“Teremos o nosso congresso com a presença do Lula. Claramente, este é um assunto que será discutido. Há quem fale em ‘fora Bolsonaro’, no sentido de que ele tem promovido a demolição deste país. No entanto, é necessário ver que ele foi eleito. O partido não pode parecer que quer se vingar”, defendeu o ex-presidente da legenda, Ricardo Berzoini.
A posição dos militantes mais próximos ao ex-presidente é de que essa não será a bandeira do PT. Outra avaliação interna, que embasa esse posicionamento, é de que em um possível impeachment de Bolsonaro apenas a parte considerada mais “circense” seria eliminada. Nesse contexto, assumiria o vice, Hamilton Mourão, que, na avaliação de petistas, é menos espalhafatoso que Bolsonaro, mas comunga a mesma agenda.
Ao PT, interessa mais a cassação da chapa, com base nas denúncias de crime eleitoral pela divulgação em massa de mensagens via WhatsApp durante a campanha, mas isso depende de uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que recebeu a denúncia, mas, no entanto, ainda não decidiu.
Segurança
Com a saída de Lula da prisão, o PT decidiu reforçar sua segurança. O presidente já tem a sua defesa feita pela Polícia Federal, pelo fato de ser ex-presidente. Agora, o partido decidiu adotar um sistema de segurança a mais, por considerar a situação de Lula mais vulnerável.
Mesmo assim, o partido já planeja viagens do seu líder por todo o país. A saída do petista o recoloca no cenário político como uma liderança das mais importantes, embora ele não tenha a possibilidade de ser candidato devido a Lei da Ficha Limpa.
Candidato natural
Diante disso, o PT é obrigado a lidar com a situação de ter um cabo eleitoral com força nas urnas sem ter, no entanto, um candidato natural, com a envergadura do ex-presidente, capaz de fazer a diferença na aposta em um política polarizada entre ele e o atual presidente.
Nem mesmo o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, que angariou 47% dos votos nas eleições de 2018, é tido como plano B, caso os advogados do ex-presidente não consigam anular a sentença proferida pelo então juiz Sergio Moro, atual ministro da Justiça e Segurança Pública e confirmada, em segunda instância, pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).
Há conversas em torno do nome do governador da Bahia, Rui Costa, ou ainda de uma articulação com o nome do governador Flávio Dino (PCdoB-MA) que chegou a receber inúmeros convites, não só do PT, para migrar de legenda.
No entanto, Dino tem recusado todos. O governador do Maranhão, alçado à categoria de o “pior dos governadores de paraíbas” pelo presidente Jair Bolsonaro tem tentado tranquilizar seus correligionários. Ao gravar uma campanha de filiação para o PCdoB, Dino disse que convidou pessoas a se filiarem ao “partido do Flávio Dino”