O Sindsefaz, Sindicato dos Servidores da Fazenda da Bahia, promoveu na última sexta-feira (12) o seminário “O Projeto de Reconstrução do Brasil”, no Hotel Fiesta, em Salvador. O evento recebeu 400 pessoas, além de contar com participação de economistas de todo o país. Para os palestrantes do evento, a Reforma Tributária é a medida mais importante para a retomada do desenvolvimento brasileiro neste momento.
Nelson Barbosa, ex-ministro da Fazenda e do Planejamento, destacou que o Brasil enfrentará em 2023 uma “bomba fiscal” criada pelo atual governo. “Precisaremos de reformas no sistema tributário que melhorem a situação das contas públicas, implante a progressividade do tributo no país e promova desenvolvimento produtivo”, declarou.
O professor Guilherme Mello, compartilha do mesmo entendimento. “Vivemos uma crise fiscal, com perspectivas muito difíceis para os próximos anos, além de um déficit de credibilidade, pois temos um governo que não ajuda, que todos os dias gera notícias ruins e crises desnecessárias”, acrescentou o professor da Unicamp.
Entre os representantes do setor privado, o economista-Chefe da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) falou sobre a necessidade de o estado brasileiro deter condições para resolver a falta de infraestrutura no país, o que de acordo com ele, reduz a produtividade da indústria. “Junto com a pouca inovação, disse ele, esse é um dos maiores problemas para o crescimento do setor
Compartilhando da mesma linha de raciocínio, Rubens Sardenberg, economista-Chefe da Febraban (Federação Brasileira de Bancos). “Os bancos carregam em seus balanços R$ 270 bilhões em créditos tributários que só são abatidos em dois ou três anos, provocando prejuízos, uma vez que esse valor não sofre correção”
Entre os representantes da esfera política, o deputado federal Alfonso Florence (PT-BA), ressaltou a importância da redistribuição da carga tributária brasileira. “Não é possível que o trabalhador que ganhe pouco mais de cinco salários-mínimos pague 27,5% de imposto de renda, enquanto lucros e dividendos de grandes empresários não sofrem qualquer taxação”
O evento foi encerrado pelo coordenador de Organização do Sindefaz, Cláudio Meirelles. Na fala, o coordenador agradeceu a presença dos convidados e aproveitou para enaltecer a importância do tema que foi proposto pelo seminário.