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sábado 6 de abril de 2024 às 06:37h

Sindicalistas ‘soltam a mão’ de Prates em meio a fritura do presidente da Petrobras

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A fritura de Jean Paul Prates fez a Federação Única dos Petroleiros (FUP), que sempre apoiou sua gestão e indicou vários de seus aliados para cargos de confiança na empresa, divulgou uma nota pública condenando o “espancamento público do presidente da Petrobras”.

A mesma nota, de acordo com a colunista Malu Gaspar, do O Globo, diz reconhecer que “a decisão final será do presidente Lula”, em referência às especulações sobre a substituição de Prates pelo presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, quadro histórico do PT.

Tanto na Petrobras quanto no entorno de Lula e dentro do próprio partido do presidente, essa inflexão foi como um sinal de que, se depender do sindicalismo, a transição entre Jean Paul Prates e Mercadante será absolutamente tranquila.

Apesar de discreto, o movimento é relevante já que a FUP, que cresceu em importância no PT por ter sido muito ativa na defesa de Lula quando ele estava preso em Curitiba e na campanha eleitoral, costuma ser bastante barulhenta quando decide se contrapor a alguém.

Dessa vez, em paralelo ao movimento público, dirigentes da entidade também enviaram ao Planalto recados de que não só não vão criar problemas para Mercadante caso ele seja escolhido, como pretendem apoiá-lo – desde que ele mantenha o espaço que a entidade ocupa na gestão da Petrobras.

Para eles, além de ser próximo a Lula, o atual presidente do BNDES ainda teria a vantagem de não ser diretamente ligado ao ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, quadro do PSD e ligado ao Centrão.

Durante a composição de sua equipe na presidência da Petrobras, Prates se cercou de aliados e quadros ligados à FUP para se contrapor à forte influência de Silveira sobre o Conselho de Administração, peça crucial na definição das estratégias e investimentos mais relevantes, e para se afirmar diante de diretores remanescentes do governo Jair Bolsonaro.

A expectativa ainda conforme a colunista Malu Gapsar, é de que a FUP manteria sua influência sobre os rumos da Petrobras sob uma eventual gestão Mercadante. Desde que tomou posse, Prates indicou ao menos três assessores ligados à entidade e nomeou o dirigente sindical José Maria Rangel, conhecido como Zé Maria, para a gerência-executiva de responsabilidade social da petroleira.

O cargo é cobiçado desde o governo Jair Bolsonaro por dispor de um orçamento de quase meio bilhão de reais e com poucas verbas carimbadas, ao contrário dos setores mais ligados à exploração de petróleo.

Outra nomeação atribuída à FUP foi a do gerente-executivo de Recursos Humanos da Petrobras, Felipe Freitas, que deixou a companhia em agosto do ano passado.

Mas, nos últimos tempos, a relação de Prates com a FUP se esgarçou. Os sindicalistas vêm se queixando internamente do ritmo dos investimentos em refinarias e em projetos de transição energética – considerado muito lento.

Também reclamam da permanência em cargos de comando de dois diretores remanescentes da era Bolsonaro, que por isso são constantemente atacados pelos sindicalistas em redes sociais.

O desembarque de um aliado com este peso político piora a situação de Jean Paul Prates. A nota da FUP indica que a entidade não quis dar o tiro de misericórdia, mas deixou claro que está pronta para dialogar com o eventual indicado por Lula – em especial se Mercadante for o escolhido.

Outro importante fiador de Prates no governo Lula, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que foi determinante para manter o CEO no cargo em frituras anteriores, já sinalizou que não pretende gastar seu capital político para salvar o companheiro de partido.

A preço de hoje e sob o intenso fogo amigo de Alexandre Silveira, do ministro da Casa Civil, Rui Costa, e do presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, o atual CEO está completamente isolado no comando da estatal.

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