Em meio às discussões no governo sobre necessidade de redução de gastos para equilibrar as contas públicas, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, defendeu nesta segunda-feira (28) o corte de políticas públicas ineficientes. Segundo ela, o Brasil está fazendo o dever de casa, mas falta ter a coragem para cortar porque não existe “social sem fiscal”.
— Não existe social sem fiscal. Os números estão aí para mostrar que tudo que tinha que dar certo deu. Só falta uma coisa: temos que ter a coragem de cortar aquilo que é ineficiente. Erros, fraudes já foram cortados em 2023 porque eles eram frutos da pandemia. Agora, é hora de acabar com políticas públicas que são ineficientes — disse a ministra, durante evento da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) em São Paulo.
Tebet destacou que a redução de despesas é importante para aumentar o volume de investimentos no Brasil, sobretudo em infraestrutura.
— É preciso investimento privado no Brasil, só investimento público é insuficiente. Entre os países emergentes, nós estamos bem abaixo. Só conseguiremos alavancar isso fazendo o dever de casa, como estamos fazendo, garantido segurança jurídica, estabilidade — disse a ministra.
Segundo a ministra, o corte das políticas ineficientes não visa somente ao superávit. Mas trazer maior eficiência ao gasto.
Tebet e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltaram a Brasília nesta semana e devem ter como foco discussões sobre corte de gastos. Na semana passada, os dois estiveram em Washington, onde participaram de reuniões do Banco Mundial, do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do G20.
O colunista Lauro Jardim, do O Globo, informou no último domingo (27) que Fernando Haddad tem uma reunião marcada com o presidente Lula sobre o tema. Nela, o martelo poderá ser batido. Ou eventualmente a decisão será adiada para a primeira semana de novembro, não mais do que isso.
Como será precisar aprovar mudanças na legislação, a estratégia foi aguardar o segundo turno das eleições municipais para aprofundar as discussões. A equipe econômica evitou até o momento detalhar o escopo das medidas, mas sustenta que é preciso reduzir as depesas obrigatórias para manter o arcabouço fiscal.