A ministra do Planejamento, Simone Tebet, defendeu após evento no Rio de Janeiro nesta última quinta-feira (13) o corte de 0,5 ponto percentual (pp) na taxa básica de juros (Selic) já na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), programada para acontecer no mês de agosto. De acordo com Tebet, as condições macroeconômicas e políticas permitem um corte desta grandeza para que o Brasil chegue ao final do ano com uma Selic próxima a 12%. A queda da taxa básica de juros, que atualmente se mantém em 13,75%, é quase um consenso entre analistas, que se dividem com relação ao tamanho do corte, que pode se iniciar em 0,25 pp.
Nesta semana, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, apresentou variação negativa de 0,08% para o mes de junho, taxa mais baixa desde setembro de 2022 e a menor para o mês desde 2017. Tebet declarou que os novos diretores do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, que é ex-diretor executivo do Ministério da Fazenda, e Ailton Aquino são vozes dentro da instituição para mostrar o que o governo tem feito no cenário político, econômico e institucional para ajudar na trajetória declinante dos juros.
“Bolsa subindo, dólar ciando, inflação dos alimentos, do consumo, caindo. Tudo, fora o cenário institucional e político, são sinalizações positivas. Não tem como, não é possível que o Banco Central não comece a abaixar os juros a partir de agosto”, declarou a ministra. O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, fez coro às palavras de Tebet: “É inadmissível o que está acontecendo no Brasil. Não dá para um país, que é a maior economia dos trópicos, não crescer o suficiente para resolver os problemas do povo por causa de uma taxa Selic de 13,75%. É completamente incompatível.
Como disse a ministra Simone, a inflação anual é de 13,16%, deu deflação”. Os ministros participaram de uma plenária sobre o Plano Plurianual Participativo, instrumento de planejamento do Governo Federal, que está sendo discutido com setores da sociedade e deve fazer parte do orçamento da União em 2024. A plenária já passou por quase todos os Estados brasileiros e encerra o ciclo de discussões com os cidadãos nesta sexta-feira (14) em São Paulo.