O volume de serviços prestados no Brasil interrompeu a série de dois resultados negativos seguidos e avançou 1,7% em março, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (12) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), informa a TV Record.
Com a alta, o segmento, que representa cerca de 70% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, se recupera da perda de 1,8% de janeiro, alcança o maior nível desde maio de 2015 e fica 7,2% acima do patamar pré-pandemia.
Com o resultado positivo, o volume de serviços acumula ganho de 2,1% nos últimos dois meses e fecha o primeiro trimestre de 2022 com alta de 9,4%, na comparação com o mesmo período do ano passado.
“O setor de outros serviços foi o primeiro a mostrar recuperação mais rápida dos efeitos da pandemia. Os outros quatro demoraram mais a se recuperar. Por isso ele tem uma base de comparação mais elevada”, analisa Rodrigo Lobo, gerente responsável pela pesquisa.
Na série sem ajustes, o volume de serviços cresceu 11,4%, ante o mesmo mês do ano passado, e assinalou a 13ª taxa positiva consecutiva na base de comparação. O movimento faz com que o setor registre alta de 13,6% nos últimos 12 meses, mantendo trajetória ascendente desde fevereiro de 2021 (-8,6%).
Atividades
O resultado positivo do setor de serviços no mês de março foi disseminado por todas as cinco atividades investigadas pela pesquisa, com destaque para os transportes (2,7%), que avançam pelo quinto mês consecutivo.
Lobo explica que a alta da atividade está associada com o segmento rodoviário de cargas, especialmente o vinculado ao comércio eletrônico e ao agronegócio. “É a principal modalidade de transporte de carga pelas cidades brasileiras, e seu uso ficou ainda mais acentuado após os meses mais cruciais da pandemia”, diz ele.
Outra influência que impulsionou o resultado dos serviços foi o transporte aéreo de passageiros, que gerou maiores receitas às companhias aéreas, ajudado pela queda do preço das passagens aéreas observada no mês de março. Com o avanço, os transportes como um todo estão 18% acima do patamar pré-pandemia e atingiram o maior nível da série histórica, iniciada em janeiro de 2011.
Com expansão de 1,7% em março, os serviços de informação e comunicação recuperaram parte da perda de 4,7% acumulada entre dezembro de 2021 e fevereiro deste ano. No mês, o setor exerceu a segunda maior influência sobre o índice geral. “Esse crescimento de março não elimina a perda dos três meses anteriores, mas o setor ainda opera 10,5% acima do patamar pré-pandemia”, destaca Lobo.
Os setores profissionais, administrativos e complementares (1,5%), prestados às famílias (2,4%) e outros serviços (1,6%) completam a lista dos que cresceram em março. Mesmo com o resultado positivo, os serviços prestados às famílias não superaram o patamar pré-pandemia.
‘Isso ocorre por causa da magnitude de impacto que esse setor sofreu com a necessidade de isolamento social, diminuição do deslocamento das pessoas e fechamento total ou parcial dos serviços considerados não essenciais”, afirma Lobo.
Entre as atividades que influenciaram o crescimento do setor estão restaurantes, hotéis e serviços de bufê. Mesmo com o avanço, os serviços prestados às famílias estão 12% abaixo do patamar de fevereiro de 2020.