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domingo 18 de abril de 2021 às 17:04h

Setor de galpões cresce também na Bahia com a expansão do e-commerce

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O mercado brasileiro de galpões logísticos registrou resultados positivos no ano passado e planeja expandir ainda mais sua atuação. Em meio ao crescimento do comércio eletrônico provocado pelo isolamento social, a locação de galpões, que oferecem estrutura para estocagem e posicionamento estratégico para distribuição de produtos, tornou-se um ponto-chave para suprir a demanda por entregas em todo o país.

De acordo com dados da Colliers International e publicados pelo jornal A Tarde, empresa da área de consultoria imobiliária, o mercado nacional de condomínios logísticos de alto padrão teve alta de 10% no estoque do ano passado. Além disso, o setor atingiu a marca de 14,4 milhões de m² de área locada, número 14% maior que o registrado em 2019.

Já o e-commerce teve alta de 68% nas vendas e chegou a dobrar sua participação no varejo em 2020, de acordo com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), o que aqueceu o segmento de espaços logísticos. “O comércio eletrônico é logística pura. Muitas empresas que migraram para essa modalidade perceberam a vantagem de utilizar os condomínios logísticos, que se tornaram uma alternativa de sobrevivência num mercado tão difícil”, explica Giancarlo Nicastro, CEO da SiiLA Brasil, plataforma especializada em análises do mercado imobiliário.

“Os condomínios ajudam muito o segmento do comércio eletrônico. Eles já possuem estrutura pronta, são mais seguros, têm localização estratégica e acabam reduzindo os custos das operações”, acrescenta Sérgio Maia, gestor de projetos logísticos do Grupo Log.

Assim, o ano de 2020 tornou-se atípico para o segmento conforme o A Tarde. A sócia-fundadora da SDS Properties, Simone Santos, conta que o início da pandemia frustrou as expectativas da empresa, mas os meses seguintes foram surpreendentes. “Em abril as demandas começaram a surgir numa velocidade muito intensa. Isso nos despertou de um congelamento, nos obrigou a dar uma resposta muito rápida para esse mercado”, diz ela. No ano, a SDS teve alta de 30% na locação de galpões.

Algumas das maiores responsáveis pela alta absorção desse mercado em 2020 foram a Magazine Luiza, a Amazon e o Mercado Livre, gigantes das vendas que expandiram suas operações para otimizar a distribuição pelo país.

Projeção otimista

Com os resultados de 2020, as projeções para 2021 são otimistas. “Se continuarmos nesse nível, podemos virar o jogo em termos de posicionamento. Geralmente tínhamos um cenário de muita oferta e baixa demanda, uma posição menos favorável para negociar, mas o aquecimento do mercado pode inverter essa relação”, diz Simone Santos.

Nicastro também tem confiança no crescimento dos espaços logísticos neste ano. “Temos uma aposta muito grande no setor. O mercado está aquecido, as pré-alocações estão acontecendo com cada vez mais frequência, o que mostra a confiança das empresas, e as grandes entregas devem continuar”, projeta.

Os números previstos para o ano confirmam o posicionamento. Uma pesquisa da consultoria Jones Lang LaSalle (JLL) projeta a entrada de 1,9 milhão de m² de novo estoque no setor em 2021, e a ocupação da área deve aumentar em 1,9 ponto percentual. Assim, o ritmo acelerado deve se manter.

Outra tendência é a expansão da malha para mais regiões. Abiner Oliveira, diretor comercial da Colliers International e integrante do comitê voltado para tendências dos condomínios logísticos da Associação Brasileira de Logística (Abralog), afirma que as demandas do e-commerce podem levar o mercado de galpões logísticos a cada vez mais locais. “O comércio eletrônico vai demandar bastante espaço, e sempre haverá a necessidade de realizar as entregas no menor tempo possível, o que contribui para o espalhamento”, diz o executivo.

“Cidades como Recife, Salvador e Fortaleza têm um poder de consumo muito importante, e as empresas desejam ocupar mais esses locais. Por isso, o setor possui bastante espaço para crescer em todo o território nacional, principalmente nas capitais e seus entornos”, completa.

Perspectiva na Bahia

Apesar de não possuir ainda uma estrutura tão consolidada no setor, a Bahia registrou importante expansão em 2020. Dados da SiiLA mostram que o estado teve incremento de quase 38 mil m² no estoque do mercado de condomínios logísticos ano passado, e apenas 3,4% da área ficou desocupada. O levantamento considera as regiões de Salvador, Feira de Santana, Camaçari e Simões Filho.

Além disso, o estado também tem potencial de crescimento do mercado em seu território. “A taxa de desocupação tão baixa mostra que a demanda está muito grande, e já há pré-alocações. Para este ano, a previsão de entrega na Bahia é de 218 mil m², mais do que tudo que já está disponível no mercado, o que mostra que a tendência deve continuar”, afirma Giancarlo Nicastro.

O destaque do setor no estado em 2020 segundo o jornal, foi a inauguração do Bresco Bahia, condomínio logístico aberto em Lauro de Freitas, a 30 km do centro de Salvador, pela empresa Bresco Investimentos. O espaço foi locado para o Mercado Livre, gigante do comércio eletrônico que estabeleceu na Bahia seu primeiro Centro de Distribuição (CD) do Nordeste.

O diretor financeiro da Bresco, Rafael Fonseca, destaca o potencial da região como um dos motivos para o investimento. “Ainda há carência desse mercado na região, mas a Bahia é muito bem localizada e Salvador representa um mercado consumidor importante. Faz muito sentido investir neste momento”, diz.

Para Luiz Vergueiro, diretor de operações do Mercado Envios, braço de otimização de entregas do Mercado Livre, a avaliação do novo CD é positiva. Ele destaca que a abertura trouxe bons resultados, como a diminuição dos prazos de entregas, que agora podem ser feitas em um dia para Salvador e até dois dias em diversos municípios do interior do estado. Segundo o diretor, os investimentos na malha logística irão continuar para aumentar a eficiência das entregas.

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