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segunda-feira 20 de junho de 2022 às 14:45h

Sessão especial ba Câmara de Salvador discute lesbofobia

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A vereadora Laina Crisóstomo (PSOL), do Mandato Coletivo Pretas Por Salvador, e o vereador Sílvio Humberto (PSB), presidiram a sessão especial “Lésbicas e Sapatonas em Questão: Na Luta por Políticas de Vida”, na noite de quarta-feira (15), no Plenário Cosme de Farias da Câmara Municipal de Salvador.
Como destacou a vereadora Laina Crisóstomo (PSOL), a atividade reuniu mulheres lésbicas de diferentes regiões, representantes de movimentos sociais e do poder público, visando fortalecer a discussão e a reflexão sobre os estigmas, preconceitos e a lesbofobia existentes na sociedade.

Para a vereadora, no mês do orgulho LGBTQIAP+, a sessão reafirma a necessidade de debater um tema de extrema importância para sociedade, promovendo um momento histórico na Câmara. O encontro ouviu diversas mulheres que falaram a partir de suas vivências e trajetória de luta.

Proponente do evento, o vereador Sílvio Humberto ressaltou a oportunidade de aprendizado em um espaço que discute e reivindica políticas públicas necessárias às existências lésbicas. “Não dá para falar de dignidade humana de forma parcial ou só na retórica. Quando se pensa em políticas públicas sem visibilidade não tem como afirmar que o problema existe. Essa é uma noite pedagógica porque, quando você não conhece, a tendência a discriminar é muito maior. Não digo que você vai eliminar o sexismo, o racismo, mas, na medida que você é educado para diversidade, respeita o outro”, disse o parlamentar.

A vereadora Laina Crisóstomo destacou que é a única parlamentar lésbica e LGBT assumida ocupando um espaço na Câmara de Salvador, de modo que é a única que representa a comunidade LGBTQIAP+ a partir do seu próprio corpo e vivências. Ela ressalta que tem tido uma trajetória de luta pelos direitos dessa população e pelo acesso inclusivo.

“O debate é que cada letra tem história, são vidas e eu quero que seja um alfabeto inteiro até que todas as pessoas consigam se entender em alguma dessas letras, porque é muito difícil. E, para mim, que saí do armário depois dos trinta, foi muito difícil por muito tempo viver a heteronormatividade compulsória e para caber numa caixa que não me cabia e o que o padrão determinava, ter um relacionamento com um homem, um filho e depois disso foi que eu literalmente me libertei. É um processo muito violento nesse caminho, que a gente precisa todos os dias romper, as nossas conquistas são muito recentes”, destacou ela.45Conquistas e dificuldades

Laina também comemorou o marco histórico que representou a realização da sessão, mas também falou sobre as dificuldades constantes, relembrando a rejeição do Projeto de Lei Luana Barbosa, que instituía a criação do Dia Municipal de Combate ao Lesbocídio, e não foi aprovado sob a justificativa de que geraria custo ao erário público.

A sessão ressaltou a ausência de dados sobre a existência de mulheres lésbicas. Laina disse que essa, inclusive, é uma das pautas de lutas do LesboCenso. Também foi ressaltado o número alarmante de assassinatos contra a comunidade LGBTQIAP+: o Brasil, em 2021, liderou o ranking de país mais violento contra essa população, com uma morte a cada 29 horas.

“Em uma sociedade onde a gente precisa estar o tempo inteiro lutando, falando do combate ao lesbocídio e hoje aqui falando sobre a garantia da vida e do bem viver, a gente precisa falar do quanto os nossos corpos são atravessados e a gente não tem paz, inclusive, essa paz com certeza é hétero, branca e cis porque ainda não me foi apresentada”, ressaltou a historiadora e Dirigente Nacional PSOL de Mulheres em Vitória da Conquista (BA), Keu Souza.

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