A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, concedeu entrevista à rádio Metrópole, de Salvador, na manhã desta segunda-feira (16). Ela voltou a afirmar que não há plano B e que Lula será o candidato do partido.
“Nós não temos alternativa, continuamos com a candidatura do presidente Lula e vamos registrá-la no dia 15 de agosto na Justiça Eleitoral”, afirmou.
O ex-presidente foi condenado a 12 anos e um mês de prisão, no caso do triplex no Guarujá (SP), pelo juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato em primeira instância. Ele é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro e está cumprindo a pena, desde o último dia 7, na sede da Polícia Federal (PF) em Curitiba (PR).
Gleisi também comentou a última pesquisa de intenção de voto, divulgada nesse fim de semana pelo Datafolha. “Os jornais ontem (15) tentaram em manchete dizer que Lula tinha caído nas intenções de voto, mas ele mantém vantagem sobre os demais candidatos, mostrando que a população o quer como presidente da República. Seria um erro político o PT não ter Lula como candidato, ele é o único viável entre todos”, afirmou.
Segundo a senadora, o PT divulgará um novo levantamento nesta terça-feira (17). Na avaliação dela, as pesquisa apontam uma divisão. “O país está dividido sobre essa opinião da culpa do Lula. Uma maioria dizendo que o presidente é culpado porque ele sofreu um processo de desconstrução política pela mídia nacional e de acusação. Nós nunca tivemos o mesmo espaço para explicar esse processo, e como foi construída essa acusação”, analisou.
Gleisi ainda criticou a proibição de visitas ao ex-presidente. “Lula está em instalações dignas, boas, um quarto com banheiro, tudo limpo e sem regalias ou benefícios que não estão previstos em lei. As instalações são dignas, mas ele está sem acesso às pessoas, só estão autorizados os advogados nos dias de semana e os familiares uma vez por semana. A legislação permite a visita, então isso é ilegal. A Lei de Execução Penal diz claramente que os presos podem receber visitas de advogados, familiares, amigos e conhecidos, que devem fazer petição ao juiz e o preso ser consultado. Já fizemos várias petições, eu mesmo entrei com uma na semana passada e não tenho posição da juíza sobre isso. Eu tenho me comunicado com ele por cartas e recados”, disse.
Já sobre o julgamento das ações diretas de constitucionalidade (ADCs) pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), a senadora disse esperar “que o Supremo cumpra seu papel de guardião da Constituição”. “Espero que o julgamento de quarta no STF possa trazer a liberação do presidente Lula. Esse é um julgamento importante sobre a prisão em segunda instância, e espero que o Supremo restabeleça o entendimento da Constituição”, pontuou.
“A Constituição é muito clara ao dizer que a sentença só é aplica depois do trânsito em julgado, que se dá quando a última instância analisa o processo. O que temos é que a segunda instância condenou Lula, o TRF-4 não é a última instância. Espero que o Supremo se recomponha, pelo menos foi o que senti na última sessão, quando os ministros se posicionaram dizendo que, quando voltasse a discussão em tese sobre a segunda instância, eles iriam resgatar a Constituição”, completou.