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segunda-feira 18 de fevereiro de 2019 às 11:05h

Seria Jerônimo Rodrigues a aposta de Rui para 2022? Por Raul Monteiro

RMS


Se não apontou qualquer pista com relação ao que pensa sobre a sucessão municipal de 2020 em Salvador, a reforma administrativa do governador Rui Costa (PT), em vias de ser concluída nos próximos dias depois de exaustiva demora, caso não enfrente nenhuma intercorrência, pode ter espalhado sinais do que ele já pensa, no entanto, a respeito da própria sucessão, em 2022. No PT, hoje, as projeções se concentram na figura do seu novo secretário de Educação, Jerônimo Rodrigues, considerado no partido, depois dos ajustes realizados até agora na equipe, o personagem mais importante do governo, ao lado do próprio Rui.

Sob relativa polêmica, dada sua pouca intimidade com a área, Jerônimo foi escolhido para a secretaria de Educação, no que os políticos, tanto do partido de ambos quanto nos dos aliados, avaliam como um espaço em que o governador reforçou a chamada cota pessoal. A chave se fecharia com a indicação da reitora da UESC, Adélia Pinheiro, para a secretaria de Ciência e Tecnologia, posição que chegou a ser desejada pelo PT como forma de contemplar suas várias correntes, em disputa permanente, mas esbarrou no mesmo critério adotado pelo governador de transformar a secretaria numa peça sob o seu controle direto.

Rui deve a Jerônimo a condução de sua campanha à reeleição de forma segura e sem sobressaltos. A reconhecida habilidade do petista, que já fora seu secretário de Desenvolvimento Rural, e cujo desempenho na pasta, aos seus olhos, o credenciou para tocar o desafio de articular os procedimentos para a disputa passada, teria aprofundado a intimidade política entre ambos, aliás, um verdadeiro trunfo para o novo titular da Educação, porque partilhado por pouquíssimos que desfrutam do convívio com o governador tanto no campo partidário e, principalmente político, quanto no âmbito administrativo.

O petista é dos poucos com quem Rui conversa ao pé do ouvido, se diz no PT, o que o lhe dá, além de imensa força no governo, um status raro na sigla, menos por ele do que pelo perfil extremamente fechado do gestor, o que, na visão do círculo mais próximo do novo titular da Educação, pode ter ampla e extensiva significância, principalmente se ele souber usar com competência política a excepcionalidade de tamanho prestígio, de resto um crédito, também se comenta no petismo, de que nem o responsável pelo começo da história de Rui como governador, o senador Jaques Wagner, conseguiu ser portador.

De fato, numa rápida olhada sobre as posições que o PT vai ocupar neste iniciante segundo governo de Rui Costa, é possível notar que, à exceção da corrente do deputado federal Nelson Pelegrino, a Esquerda Democrática Popular (EDP), que não conseguiu emplacar nada no primeiro escalão, uma evidência da desidratação de sua antes festejada liderança, todas as demais lograram manter ou renovar suas posições, embora seus indicados não possam se atribuir o mesmo vínculo com o governador de que goza Jerônimo. Portanto, é para ele que os holofotes deverão se voltar a partir de agora, em toda a base governista.

 

Por Raul Monteiro

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