Ao oficializar junto ao União Brasil, na última terça-feira (12), a sua pré-candidatura ao Senado pelo Paraná, Sergio Moro passou a pavimentar segundo a coluna de Lauro Jardim, do O Globo, uma trajetória política semelhante àquela projetada, nos bastidores, por Deltan Dallagnol, com quem trabalhou na Lava-Jato de Curitiba.
Embora já tenha se lançado pré-candidato à Câmara pelo Podemos, o ex-procurador trabalhava de acordo com o colunista, com a possibilidade de tentar uma cadeira de senador desde quando ainda estava no MPF, de onde saiu em 2021. Em mensagens enviadas a si mesmo em 2018, obtidas pelo site “Intercept Brasil” na série de reportagens “Vaza-Jato”, Dallagnol dizia acreditar que seria “facilmente eleito” para o cargo, com o apoio de todos os colegas.
A predileção pelo Senado em vez da Câmara foi, inclusive, manifestada em conversas com quadros do Podemos do Paraná antes que o partido definisse que Dallagnol concorreria a deputado (como promessa de se transformar em puxador de votos, carregando correligionários consigo).
A ideia de alçar um voo mais alto, no entanto, não foi levada adiante porque esbarrava em Álvaro Dias, veterano de quem o neófito é aliado. Os louros do “lavajatismo”, portanto, serão somente de Moro na corrida pelo Senado. Para entrar nesse páreo, Dallagnol terá que esperar até 2026.