O programa Morning Show da Jovem Pan, entrevistou o senador Sergio Moro (União Brasil-PR), que falou sobre sua posse no dia 1º de fevereiro, a expectativa para atuação no Congresso e a oposição ao governo Lula. “Foi uma longa espera desde a eleição, foi um tempo que eu me preparei. A missão é grande, tenho colocado de maneira muito clara meu posicionamento em relação ao governo atual. Serei oposição. Uma oposição independente e racional, não vamos propor nada radical”, assegurou. Eu assisti assustado aos atos do dia 8 de janeiro, essa violência reprovável, invasões… Acho que, dentro da política, precisamos ter, sim, manifestações contrárias ao governo, isso é normal dentro de uma democracia, mas sempre têm que ser pacíficas. Não podemos deixar o futuro ser pautado pelo que aconteceu em janeiro. A oposição tem que atuar livremente, assim eu quero me posicionar.”
Para Moro, a oposição deve fazer um contraponto ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva e extinguir a ideia de criminalização da discordância. “A gente não pode utilizar esse episódio de 8 de janeiro para simplesmente desistir de fazer oposição ao governo do PT ou criminalizar qualquer especie de oposição. Às vezes eu me preocupo muito que a gente observa uma tentativa de classificar todo mundo que se opõe ao governo do PT como de extrema-direita. Numa democracia, temos soluções democráticas. Não é porque houve essa tragédia do 8 de janeiro que vamos nos curvar ao governo do PT”, afirmou.
O parlamentar do União Brasil disse que seu mandato no Senado dará continuidade a projetos característicos da Operação Lava Jato na política. “O governo do PT não tem mostrado projeto para o país. Meu objetivo não é acertar contas com o passado, é trabalhar para o futuro. Vou defender no Congresso Nacional a prisão em segunda instância, por mais que essa seja uma pauta difícil. Continuo defendendo o fim do foro privilegiado, acho que isso não se justifica numa República.”
Sergio Moro ainda afirmou que a oposição deve se sobressair a figura de Jair Bolsonaro. “Acho que é muito cedo para fazer qualquer tipo de diagnóstico, a oposição não deve se pautar em cima de um indivíduo. O que a gente tem hoje no Senado é um grupo de parlamentares que se colocam claramente como oposição, uma oposição racional a esse governo. É o meu caso, não acredito nas pautas do PT, acredito em abertura da economia, combate à violência, proteger o cidadão, combater a corrupção”, pontuou. O desenvolvimento econômico não pode se basear nessa ideia de nós contra eles, rico contra pobres. A gente está vendo o que me preocupa muito: esses ataques do presidente da República ao regime de metas da inflação, ataques ao Banco Central. Isso nos leva para trás, o que nós temos que fazer é organizar um grupo coeso que não se renda ao fisiologismo para fazer essa oposição”, concluiu.