Domingo, durante o primeiro debate entre presidenciáveis neste segundo turno, a surpresa da noite ficou segundo o Estadão, por conta de Sergio Moro (União Brasil). O ex-juiz e ex-ministro, senador eleito, apareceu com destaque ao lado de Jair Bolsonaro (PL). É a resposta bolsonarista ao apoio a Lula (PT) da ex-candidata, e atual senadora, Simone Tebet (MDB).
Tebet e Moro serão capazes de trazer votos para seus escolhidos?
Difícil afirmar com precisão, mas uma coisa é possível escrever com relativa certeza: ambos passam a ser os rostos de parte importante das estratégias adotadas pelos presidenciáveis neste segundo turno.
De um lado, Tebet representa a proposta do PT de caminhar ao centro do espectro político, de dialogar com uma fatia maior do eleitorado, com uma parcela maior da sociedade. Prova cabal foi o evento do qual a senadora participou na segunda-feira ao lado de Marina Silva e Armínio Fraga. Eles pediam votos a Lula no segundo turno.
Do outro lado, está Sergio Moro. O rosto mais conhecido da operação Lava Jato, durante anos considerado o símbolo da luta contra corrupção, se tornou o cabo eleitoral de Bolsonaro. Não por acaso, o atual presidente focou boa parte da sua fala no debate do fim de semana no tema da corrupção, que é delicado ao petista.
Mas o teto de Moro é de vidro, enquanto Tebet saiu da eleição maior do que entrou. De acordo com relatório da empresa de monitoramento de redes sociais Torabit, de 160 mil menções analisadas até o momento sobre a participação de Moro no debate, 76% eram negativas – 14% eram positivas e, outras 10%, neutras.
Mas eleições são eleições e essa rejeição pode não significar nada: bem-vindos à reta final do segundo turno da eleição presidencial.