O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) afirmou que “não teme qualquer investigação” após o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinar a abertura de inquérito para investigar o parlamentar pela suspeita de irregularidades cometidas quando ele era juiz federal, incluindo na Operação Lava-Jato.
Em postagem na rede social X (antigo Twitter), Moro lamentou a abertura de inquérito “com base nas fantasias confusas de um criminoso condenado e sem elementos que as suportem”.
Não temo qualquer investigação, pois sempre agi com correção e com base na lei para combater o crime, mas lamento a abertura de inquérito sobre fatos de quase 20 anos atrás e ao qual minha defesa não teve acesso, com base nas fantasias confusas de um criminoso condenado e sem…
— Sergio Moro (@SF_Moro) January 15, 2024
“Não temo qualquer investigação, pois sempre agi com correção e com base na lei para combater o crime, mas lamento a abertura de inquérito sobre fatos de quase 20 anos atrás e ao qual minha defesa não teve acesso, com base nas fantasias confusas de um criminoso condenado e sem elementos que as suportem”, escreveu o senador nesta segunda-feira.
A investigação foi instaurada a partir de pedido apresentado pela Polícia Federal (PF) e reforçado pela Procuradoria-Geral da República (PGR). O pedido de abertura de inquérito foi baseado em um relato do empresário e ex-deputado Antonio Celso Garcia, conhecido como Tony Garcia, que firmou delação premiada no caso Banestado. O acordo foi homologado por Moro, então juiz federal.
Garcia afirmou que Moro passou “missões” que deveriam ser cumpridas, que incluiriam o uso de escutas ambientais e de interceptações em telefones.
Para a PF, há indícios das práticas dos crimes de fraude processual, organização criminosa, lavagem de capitais e concussão.
Em nota, Moro afirmou que “não houve qualquer irregularidade no processo de quase vinte anos atrás” e negou os “fatos afirmados no fantasioso relato do criminoso Tony Garcia”.
Uma investigação preliminar foi realizada no ano passado, por determinação de Toffoli, e Garcia prestou três depoimentos, entre agosto e setembro. A PF considerou a narrativa apresentada “longa, detalhista e por vezes confusa”, mas ressaltou que ele tratou de “diversos aspectos potencialmente criminosos envolvendo agentes públicos e privados que atuaram direta e indiretamente na Operação Lava-Jato”.
A PF ainda solicitou os depoimentos de Moro, de sua esposa, a deputada federal Rosângela Moro (União Brasil-SP), do ex-procurador Deltan Dallagnol. da juíza Gabriela Hardt e do doleiro Alberto Youssef, que firmou delação na Lava-Jato. Toffoli não decidiu sobre esse ponto.
Moro já negou as acusações, e classificou o relato de Garcia como “mentiroso e dissociado de qualquer amparo na realidade ou em qualquer prova”.