Assim que os primeiros vídeos começaram a circular pelas redes sociais, senadores usaram seus perfis para repudiar os atos de vandalismo causados por um grupo de manifestantes bolsonaristas, na área central de Brasília, na noite desta segunda-feira (12). O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, classificou como “absurdos os atos de vandalismo” e pediu apoio das forças públicas para controlar a situação. Outros senadores classificaram a ação como “ato terrorista” e pediram que os responsáveis sejam identificados e responsabilizados.
“A depredação de bens públicos e privados e o bloqueio de vias só servem para acirrar o cenário de intolerância que impregnou parte da campanha eleitoral que se encerrou. As forças públicas de segurança devem agir para reprimir a violência injustificada, com o intuito de restabelecer a ordem e a tranquilidade de que todos nós precisamos para levar o país adiante”, afirmou Pacheco.
Um grupo de manifestantes chegou a queimar carros e ônibus, e também tentou invadir a sede da Polícia Federal em Brasília após a prisão de um líder indígena, José Acácio Serere Xavante, que apoia o presidente Jair Bolsonaro. Conforme descreveu a senadora Leila Barros (PDT-DF), “vândalos vestidos de verde e amarelo promovem cenas de terror no centro de Brasília. Eles tentaram invadir a sede da Polícia Federal, quebraram carros e queimaram um ônibus”. Ela também ressaltou que “é preciso identificar e punir os criminosos”.
Vários senadores afirmaram que esses atos foram mais um ataque contra a democracia brasileira. “São inaceitáveis os atos antidemocráticos que estão ocorrendo em Brasília. É preciso identificar e punir exemplarmente os criminosos!”, protestou o senador Fabiano Contarato (PT-ES).
Os senadores Jean Paul Prates (PT-RN) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) reforçaram as cobranças por punições. “Vamos peticionar ao STF [Supremo Tribunal Federal], no inquérito dos atos antidemocráticos, pedindo a investigação dos que financiaram e apoiaram os atos criminosos desta segunda-feira. Eles tentam atacar a nossa democracia, mas as nossas instituições são maiores, o Brasil é maior, o povo é maior!”, declarou Randolfe.
Por sua vez, o senador Alvaro Dias (Podemos-PR) lamentou os ataques e os comparou a práticas características de sistemas anarquistas. “Vandalismo! Cinco ônibus queimados e carros destruídos em frente à Polícia Federal em Brasília. Lamentável anarquia no dia da diplomação do presidente eleito. Houve tentativa de invasão da sede da Polícia Federal. Os invasores foram rechaçados pelo policiamento que fez uso de balas de borracha”.
Na avaliação da senadora Soraya Thronicke (União-MS), os manifestantes “estão sendo usados” para praticar crimes contra as instituições e contra a democracia. Ela alertou os manifestantes sobre as consequências dos atos. “A Lei 14.197, 2021, sancionada por Bolsonaro, trata dos crimes contra o Estado Democrático de Direito. Consulte sempre um(a) advogado(a) antes de fazer besteira! A democracia aceita tudo, menos que atentem contra ela. Vocês estão sendo usados, e não é para o bem geral da nação!”
Já o senador Telmário Mota (Pros-RR) criticou a postura do governo federal frente à situação. Para ele, o Executivo Federal “fechou os olhos para a desordem”. Telmário disse que “ontem [segunda-feira], aqui em Brasília, tive a sensação de que os comandantes militares estão dando guarida nas áreas militares para bandidos, criminosos, praticarem vandalismo contra bens públicos e privados, tudo em nome da insatisfação eleitoral. O governo federal fechou os olhos para a desordem”.