A líder do MDB no Senado, Simone Tebet (MS), anunciou nesta última segunda-feira (21) que vai disputar com Renan Calheiros (MDB-AL) a indicação do partido sobre quem vai concorrer à presidência da Casa.
Tebet vinha se manifestando mais timidamente nos bastidores, mas foi pressionada a assumir sua candidatura. Já em Brasília, tem recebido senadores durante o recesso.
“Devemos absorver o recado das urnas, que clamou por renovação na política e, consequentemente, no Senado”, disse a senadora, que comunicou sua decisão ao presidente nacional do MDB, Romero Jucá.
A bancada emedebista se reúne em 29 de janeiro para definir qual será o nome do partido a participar da disputa. A eleição acontece em 1º de fevereiro.
Até o momento, o nome mais forte do MDB é o do senador Renan Calheiros, que, embora não admita estar na disputa, tem se movimentado para chegar à presidência da Casa pela quinta vez.
Pesa contra Renan a pressão de setores da sociedade que o criticam por considerá-lo “velha política” e por causa das denúncias de corrupção que pesam contra ele.
O alagoano já foi alvo de 18 inquéritos no STF e é personagem recorrente em delações da Operação Lava Jato. Nove casos foram arquivados.
O presidente Jair Bolsonaro defende que o Palácio do Planalto não abrace publicamente nenhuma candidatura à presidência da Câmara e do Senado.
Na Câmara, o PSL, partido de Bolsonaro, já declarou apoio à reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ). No Senado, a sigla lançou a candidatura de Major Olímpio (PSL-SP), embora os governistas nutram grande simpatia por Davi Alcolumbre (DEM-AP).
Alcolumbre é próximo ao ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, mas tem contra si o fato de que dificilmente os parlamentares aceitariam as duas Casa sob o comando do DEM.
Além disso, o próprio Jair Bolsonaro jogou luz sobre o nome Fernando Collor (PTC-AL) ao perguntar em um bilhete destinado a Maia se o ex-presidente da República era mesmo candidato.
Nesta terça-feira (22), Renan desembarca em Brasília para retomar as conversas pessoalmente e afirma que, no fim do mês, vai procurar o ministro da Economia, Paulo Guedes, para um novo encontro.
Tanto Renan como Tebet já disseram publicamente que não têm interesse na liderança do partido no Senado, caso não disputem a presidência da Casa.