Aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro e um dos senadores mais destacados na oposição ao governo Lula no Congresso, Magno Malta (PL-ES) usou uma sessão da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado nesta terça-feira, 23, para criticar a mídia nacional e atacar o que chamou de “revitimização” do jogador Vinicius Júnior, atacante do Real Madrid, da Espanha. “Cadê os defensores da causa animal que não defendem o macaco?”, afirmou. A declaração provocou reação imediata de parlamentares, alimentou polêmica nas redes sociais e resultou em um pedido de cassação de seu mandato protocolado pelo PSOL. Já o líder do PT na Casa, Fabiano Contarato (ES), afirmou que denunciou Malta no Supremo Tribunal Federal por crime de injúria racial.
O PSOL define a declaração de Malta como “racista e desumana”. “No caso concreto, houve nítida prática de discriminação ou preconceito”, diz a representação formalizada ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). “Diante da gravidade da situação apontada, envolvendo o crime de racismo, fica insustentável a sua permanência como senador da República no cargo. O representado não possui condições mínimas de decoro, humanidade e decência para representar o povo brasileiro, fazendo-se mister a cassação do seu mandato.”
“Como pai de duas crianças negras, não posso ignorar o que testemunhei hoje no Senado”, escreveu Contarato em sua rede social. “Por isso, acionei o Supremo Tribunal Federal para que instaurasse inquérito policial para averiguar falas racistas do senador.”
A assessoria do parlamentar falou ao Estadão, que ele poderá se pronunciar sobre o caso se for deferido o recebimento da representação no Conselho de Ética do Senado Federal.