Mesmo com Jair Bolsonaro já eleito, o Senado está aprovando a toque de caixa indicações para cargos públicos feitas pelo governo Michel Temer, atendendo a pedidos de políticos da sua base de apoio. Nos últimos dois dias, o plenário aprovou extrapauta dez nomes para cargos em sua maioria com mandato, o que impede que o novo presidente os troque. Entre o primeiro e o segundo turno da eleição, o Senado montou quase toda a Agência Nacional de Mineração (ANM).
Ontem, aprovou Victor Bicca para diretor-geral do órgão regulador. A recém-criada ANM substitui o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). O órgão responsável por emitir autorizações de pesquisa e exploração mineral em todo o País terá todos os diretores indicados na gestão Temer. Além dos nomes para a agência reguladora, o plenário do Senado aprovou entre terça e quarta-feira sete indicações para embaixadas, um para o Superior Tribunal Militar e outro ao Tribunal Superior do Trabalho.
Todos estavam há meses na gaveta. Na próxima semana, o Senado deve aprovar o nome de Moisés Moreira para diretor da Anatel. Sua sabatina já foi marcada para terça-feira, 6. O atual governo chegou a afirmar que iria deixar as vagas em aberto para o sucessor de Temer preencher. Mudou de ideia. “Não vamos deixar nada aberto. Vamos governar até o fim”, avisa o ministro Carlos Marun.