Mesmo com o otimismo de Jair Bolsonaro, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), não deve pautar a medida provisória do emprego Verde Amarelo na segunda-feira, 20, dizem fontes próximas ao senador. Com isso, a proposta do Executivo irá perder a validade.
Na tarde deste sábado, 18, Bolsonaro disse a apoiadores, em frente ao Palácio do Planalto, que a medida seria votada pelos senadores na próxima semana. “Deve ser votada segunda-feira. Tenho nada contra o Davi (Alcolumbre, presidente do Senado). Davi é meu chapa”, respondeu após ser perguntado se teria feito um acordo com o presidente da Casa.
A medida foi aprovada pela Câmara dos Deputados na madrugada da quarta-feira, 15, em votação difícil e sem consenso entre os parlamentares. Por fim, o texto principal teve 322 votos a favor e 153 contra.
A MP, que reduz impostos às empresas na contratação de jovens de 18 a 29 anos e pessoas acima de 55 anos, deveria ser votada pelo Senado ontem, 17. No entanto, o item foi retirado da pauta. O movimento foi uma derrota para o governo.
Além disso, a retirada de pauta aconteceu na sequência das críticas de Bolsonaro à atuação do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Alcolumbre chegou a sinalizar que iria conversar com lideranças da Casa durante o fim de semana para tentar devolver a MP à pauta da segunda-feira. No entanto, segundo interlocutores, não há chance disso acontecer.
Ainda neste sábado, Bolsonaro negou ter atacado o Congresso durante a semana. “Eu não ataquei o Legislativo”, afirmou, quando questionado sobre a relação com o Legislativo.
Após demitir o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), o presidente Jair Bolsonaro confrontou nesta quinta-feira, 16, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Bolsonaro disse, em entrevista à rede de TV CNN, que a atuação de Maia é ?péssima? e insinuou que o parlamentar trama contra o governo. Em resposta, o presidente da Câmara afirmou que não vai atacar Bolsonaro.
“O presidente ataca com um velho truque da política; com a demissão ele quer mudar o tema?, afirmou Maia, que disse não ter intenção de prejudicar o governo. “O presidente não vai ter ataques (de minha parte). Ele joga pedras e o Parlamento vai jogar flores”, completou.