Estava tudo combinado entre os caciques partidários do Congresso. Depois de a Câmara ressuscitar a propaganda partidária obrigatória em rádio e televisão, o Senado colocaria a medida em votação para também derrubar o veto de Jair Bolsonaro e garantir o retorno da medida.
Nesta terça, porém, a votação na Câmara até saiu como o combinado, mas no Senado… Faltaram dois votos — dois! — para que a Casa comandada por Davi Alcolumbre derrubasse o veto e cumprisse sua parte no acordo dos partidos.
O placar final da votação foi de 39 votos pela derrubada do veto, contra 21 pela manutenção. Se o veto de Bolsonaro tivesse sido derrubado, como os caciques partidários queriam, haveria 19.040 comerciais de 30 segundos de 21 partidos em cada emissora, somente no primeiro semestre do ano que vem.
Por causa do resultado, de acordo com a revista Veja, a turma do centrão, a mais revoltada, jurou desprezar Alcolumbre pelos próximos meses, até que um novo acordo resgate a paz. Os deputados prometem não votar na Câmara nada que seja de interesse do Senado. A leitura é de que Davi fez corpo mole na busca pelos votos favoráveis ao retorno da propaganda.
As rodas de conversa no Lago Sul estão pegando fogo nesta tarde. No Senado, a primeira consequência visível da briga foi a mudança de última hora da CCJ na discussão da prisão em segunda instância. O acordo existente com a Câmara foi lançado ao mar e agora o projeto dos senadores seguirá sua tramitação. O fim de ano promete.