O Senado aprovou nesta terça-feira (23) um voto de repúdio aos ataques racistas sofridos pelo jogador brasileiro Vinicius Júnior, do Real Madrid, em jogos da liga espanhola.
O ato foi aprovado após um requerimento apresentado pela senadora Leila Barros (PDT-DF).
No último domingo (21), o atleta foi vítima, mais uma vez, de ofensas racistas em partida do campeonato espanhol. Desta vez em um jogo do Real Madrid contra o Valencia, no estádio Mestalla, em Valência, no sudeste da Espanha.
“Eu requeiro a aprovação do presente voto de repúdio a todos os racistas transvestidos de torcedores da Espanha. Também peço repúdio às manifestações sobre o assunto do Presidente de LaLiga, o Sr. Javier Tebas, e a sua omissão em tomar providências contra o racismo no campeonato cuja organização é de sua responsabilidade. Ao invés de combater os racistas, o dirigente espanhol preferiu atacar a vítima, como nós vimos no dia de ontem. Não é possível aceitarmos, em pleno século XXI, senhor presidente, esse tipo de comportamento criminoso”, disse a senadora.
“Não basta declarar apoio ao Vinícius Júnior, e eu falo isso a todos nós presentes. Temos que ir além. Por isso apresentamos o presente requerimento pedindo o apoio e a sua aprovação a todos os nossos pares”, acrescentou.
No início da ordem do dia desta terça, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), tamém manifestou “absoluto e veemente repúdio” aos ataques a Vini Jr. e disse que há um “compromisso” da Casa com o combate ao racismo no Brasil.
Pacheco também prestou “homenagens às autoridades espanholas” pela ação no caso. Nesta terça, a polícia espanhola deteve sete pessoas suspeitas de crimes de injúria racial e ódio contra o brasileiro.
“Hoje já tivemos a notícia da ação das autoridades espanholas com a prisão de alguns desses elementos para que sejam responsabilizados. Portanto, é isso que nós esperamos, não é nenhuma questão necessariamente de conflito nacional entre Brasil e Espanha, absolutamente; é uma questão humanitária, independente de qual lugar do mundo isso aconteça é preciso ter todo o repúdio e toda a veemência para evitar que isso aconteça”, disse.
“Tudo quanto houver de medidas legislativas que possam ser feitas para poder coibir, num critério de prevenção geral, esse tipo de ilícito, nós devemos nos incumbir de fazer aqui no Senado Federal. Essa prevenção especial, essa atuação em casos concretos cabe, evidentemente, às autoridades policiais, ao Ministério Público, ao Poder Judiciário, que eu espero, no Brasil, ajam de uma maneira muito contundente em face desses acontecimentos”, acrescentou.