Selic a 10,50%: Brasil tem 3º maior juro real do mundo, após nova manutenção do Copom

O Brasil ocupa o terceiro lugar no ranking mundial de juros reais, após o Comitê de Política Monetária (Copom) manter a Selic no patamar de 10,50% pela segunda reunião seguida. O juro real no Brasil é de 7,36% ao ano, mostra levantamento de Giovana Leal, do portal MoneYou.

O país está abaixo apenas da Turquia (12,13%) e da Rússia (7,55%). Depois, aparecem o México (6,24%), África do Sul (3,89%) e a Indonésia (4,13%).

Segundo projeções, o Brasil continuaria na terceira posição se o Copom tivesse optado por um corte de 0,25 ponto percentual (p.p.) ou uma alta de 0,50 p.p. na taxa. Nesses casos, no entanto, o juro real do país seriam de 6,94% ou 7,51%, respectivamente.

A taxa real é uma combinação da inflação projetada para os próximos 12 meses, via coleta do relatório Focus do Banco Central (BC), de 3,67% ao final de 2024, e da taxa de juros DI do próximo ano no vencimento mais líquido — junho de 2025.

Em termos nominais, com a Selic a 10,50%, os juros brasileiros seguem na sexta colocação. O país está abaixo de Turquia (50%), Argentina (40%), Rússia (16%), Colômbia (11,75%) e México (11%).

Por que o Copom manteve a Selic a 10,50%?

Ao realizar a manutenção da Selic, o Comitê do BC ressaltou a desinflação mais lenta, a desancoragem das expectativas de inflação e o cenário global desafiador.

A decisão vai ao encontro das apostas do mercado, que já estava convencido da manutenção dos juros, após um agravamento da inflação e com a desancoragem das expectativas e o risco fiscal no radar.

O mercado avaliou o comunicado como hawkish (duro). “Subiu um degrau no tom”, afirma o economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala.

“Alguns elementos chamam a atenção, especialmente a menção à questão de que o Copom pode ficar mais vigilante no futuro se as variáveis de mercado piorarem ou se as expectativas de inflação piorarem”, diz.

Veja o ranking mundial de juro real