A mãe do homem acusado de assassinar Shinzo Abe é integrante da Igreja da Unificação, confirmou nesta segunda-feira (11) a organização também conhecida como Seita Moon, da qual o suspeito teria tentado vingar-se com o ataque ao ex-primeiro-ministro japonês.
Tetsuya Yamagami, de 41 anos, “estava irritado com uma certa organização” e decidiu matar Abe porque pensava que o ex-premiê tinha um vínculo com ela, afirmou a polícia japonesa na sexta-feira.
A imprensa japonesa mencionou uma organização religiosa sem revelar o nome e afirmou que Yamagami estava irritado porque esta recebeu importantes doações de sua mãe, o que deixou a família em grande dificuldade financeira.
“A mãe do suspeito Tetsuya Yamagami é membro de nossa organização e tem participado de nossos eventos uma vez por mês”, declarou Tomihiro Tanaka, presidente da Igreja da Unificação no Japão, em uma breve entrevista coletiva em Tóquio.
Tanaka não revelou detalhes das doações da mãe do acusado, alegando que uma investigação policial está em curso e com a qual organização deseja “cooperar”.
Tanaka afirmou que a igreja está horrorizada com o assassinato “selvagem” e que Abe “nunca” foi um de seus membros ou conselheiro.
Abe morreu depois de ser baleado na sexta-feira no momento em que discursava em um comício em Nara (oeste do Japão) para as eleições do Senado japonês de domingo.
A Igreja da Unificação foi fundada em 1954 na Coreia do Sul por Sun Myung Moon (1920-2012). Está presente principalmente neste país, nos Estados Unidos e no Japão.
Oficialmente chamada Associação das Famílias para a Unificação e a Paz Mundial, os ensinamentos da seita são baseados na Bíblia, mas com novas interpretações.