Seis pessoas que aguardavam na fila do transplante da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro receberam órgãos contaminados pelo HIV e agora testaram positivo para o vírus, em um episódio inédito no Brasil. A informação foi inicialmente divulgada nesta sexta-feira (11) pela BandNews FM. A Polícia Civil do Rio investiga o caso, além do Ministério da Saúde.
“Esta é uma situação sem precedentes. O serviço de transplantes no Estado do Rio de Janeiro sempre realizou um trabalho de excelência e, desde 2006, salvou as vidas de mais de 16 mil pessoas”, diz a secretaria em nota.
O governo estadual diz que houve erro do PCS Lab Salame, uma unidade privada que fica em Nova Iguaçu e foi contratada pela secretaria em dezembro do ano passado para fazer a sorologia dos órgãos doados. O processo foi uma licitação emergencial de R$ 11 milhões.
A Coordenadoria Estadual de Transplantes e a Vigilância Sanitária Estadual interditaram o laboratório. Segundo a Anvisa, o PCS não tinha kits para realização dos exames de sangue nem apresentou documentos comprovando a compra dos itens. Há suspeita que os testes nem sequer tenham sido feitos e que os resultados foram forjados.
Entre os transplantes feitos estão os de rins, fígado e coração, segundo a BandNews. O primeiro caso foi notificado no dia 10 de setembro. O exame para HIV de dois doadores havia dado negativo quando eles morreram mas eles eram soropositivos. O paciente que recebeu um coração apresentou sintomas e reações nove meses depois. Após vários exames, ele testou positivo para o vírus HIV.
Outros doadores estão sendo testados pelo Hemorio para saber se há mais casos.