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quarta-feira 26 de janeiro de 2022 às 09:46h

Seis estados e Distrito Federal têm mais de 80% dos leitos de UTI ocupados

NOTÍCIAS, SAÚDE


Um levantamento feito pela CNN, nesta quarta-feira (26), junto às Secretarias Estaduais de Saúde mostrou que ao menos seis estados brasileiros e o Distrito Federal estão com mais de 80% dos leitos de UTI ocupados.

São eles Espírito Santo (80,99%), Pernambuco (81%), Goiás (84,57%), Mato Grosso (84,72%), Rondônia (85,50%), Mato Grosso do Sul (87%). O Distrito Federal está com 100% dos leitos de Terapia Intensiva ocupados.

Além disso, o estado do Piauí registra, até a última atualização, exatamente 80%. Também chamam a atenção pelos altos índices de ocupação os estados do Amazonas (73,47%), Tocantins (76%) e Rio Grande do Sul (78,6%).

Em entrevista à CNN, médico sanitarista e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Walter Cintra, explica que esses dados são explicados por dois fatores importantes: as pessoas que não completaram o esquema vacinal contra a Covid-19 e a menor disponibilidade de leitos, porque muitos foram desativados quando os casos começaram a cair.

“Evidentemente que essas pessoas estão vulneráveis, expostas a se contaminarem, e pior, contaminarem os demais”, pontuou.

O especialista considera crítica a situação do Distrito Federal, onde 100% dos leitos de UTI da rede pública já estão ocupados.

“Isso significa que tem gente na fila esperando para entrar, e muito provavelmente existem unidades funcionando com leitos extras”, comentou.

Ele complementa que “aumentar oferta de leitos não vai controlar a pandemia”. Para Walter Cintra, se os casos continuarem a crescer, um colapso generalizado do sistema de saúde pode ocorrer.

Por isso, o médico sanitarista destaca que as únicas saídas possíveis são a vacinação contra a Covid-19, o isolamento social quando possível e uso de máscaras, por exemplo.

Os altos percentuais de leitos de UTI ocupados foram registrados um dia após o Brasil registrar 487 mortes por Covid-19. O dado divulgado pelo Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde), nesta terça (25), foi o primeiro a ultrapassar a casa dos 400 em mais de dois

meses.

A última vez em que o país atingiu este patamar foi no dia 13 de novembro, quando foram registrados 731 óbitos por Covid-19.

De acordo com os números, a média móvel de infecções diárias pela doença dos últimos sete dias está em 157.060. Este é o oitavo recorde consecutivo e representa o maior número desde o início da pandemia. O aumento na média vem ocorrendo desde 2 de janeiro.

“Não vale a pena subestimar a variante Ômicron”

O aumento de infecções pelo coronavírus e dos índices de ocupação de leitos é impulsionado pela consolidação da variante Ômicron no país.

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, afirmou recentemente que “a pandemia não está nada perto de acabar”, em razão dos impactos atuais que a cepa tem causado ao redor do mundo.

Em entrevista à CNN, o vice-diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Jarbas Barbosa, compartilhou da mesma visão e disse que não vale a pena subestimar a Ômicron, pois ela tem gerado hospitalizações e mortes, ainda que em uma escala menor do que as outras variantes.

“A Ômicron é menos letal que as outras variantes, mas vamos lembrar que ainda tem gente sem completar o esquema de vacinação, e essas pessoas estão sob risco maior”, completou o médico.

Segundo Barbosa, além da falta de vacinação em parte das populações, a nova cepa é mais transmissível, o que, mesmo que não seja tão significativa no número de casos graves e mortes proporcionalmente em relação às outras, vai causar impactos pela grande quantidade de contágio.

“É importante perceber que temos um incremento no número de casos, então todos os países foram conselhados a revisar bem seus planos de contingência, ampliar a capacidade de UTI e monitorar a ocupação de leitos hospitalares para evitar que haja uma sobrecarga”, declarou.

“[A Ômicron] está causando mortes, produzindo casos sérios, ainda que em menor proporção do que as outras variantes. É preciso levar ela muito a sério para não transformá-la em problemas para os sistemas de saúde”, acrescentou.

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