A Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), vinculada à Secretaria do Planejamento (Seplan), está desenvolvendo uma metodologia inovadora de pesquisa, com base na emissão da nota fiscal eletrônica, para subsidiar políticas públicas do Governo do Estado. A nova modalidade de estudo foi discutida nesta terça-feira (6) pelo secretário do Planejamento, Walter Pinheiro, e técnicos da SEI e da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE).
“Na verdade, o processo é muito mais do que trabalhar com indicadores, oportunizando aquilo que a gente chama de minerar os dados, a partir do que se consume, de onde se consome, do que se desloca, a partir de uma identificação de como esses fluxos acontecem desde a compra até a distribuição de determinado produto, para uma atuação do ponto de vista da programação das metas e das ações de Estado”, destacou Pinheiro, que exemplificou a nova metodologia com a compra massiva de determinados medicamentos numa região delimitada. “Isso pode indicar que há um foco de uma determinada doença naquela área, possibilitando um melhor planejamento para a atuação eficaz na área de Saúde e na divulgação de alertas para a vigilância epidemiológica”, disse.
Ainda de acordo com o secretário, a nova modalidade de pesquisa vai subsidiar o governo em ações de atração de novos empreendimentos, na estimativa de custo de cestas de consumos e monitoramento da inflação por município, no estudo do fluxo de mercadorias nas rodovias baianas e no impacto econômico de novos empreendimentos, por exemplo. “A pesquisa vai trabalhar a partir dessas informações do cotidiano e não no final do dado estatístico, fornecendo uma ferramenta para agirmos e pensarmos cada vez melhor na atuação no Estado”, completou Pinheiro.
O diretor de Indicadores e Estatística da SEI, Gustavo Pessoti, ressalta que a nova modalidade de pesquisa vai utilizar dados não sigilosos já trabalhados pela Secretaria da Fazenda. “A pesquisa vai utilizar a nota fiscal eletrônica para o governo ter dimensão das transações que são realizadas, dos diferentes tipos de mercadorias, das diferentes localidades e, com isso, permitir um processo antecipado, oferecendo para o Estado um indicador antecedente. A maior parte das bases de pesquisas que trabalhamos na SEI possui dois anos de defasagem e a nota fiscal é imediata. O governo emite a Nota Fiscal e a gente passa a ter o acesso”, explicou.