O presidente do Conass (Conselho Nacional dos Secretários de Saúde), Carlos Lula, cobrou nesta última quinta-feira (30) do Ministério da Saúde mais agilidade no planejamento da pasta para a vacinação contra a Covid-19 no ano que vem e ouviu do ministro interino, Rodrigo Cruz, que o calendário de 2022 deve ser anunciado “em breve”.
Lula falou em “descompasso” nas decisões do ministério da Saúde e alertou para a baixa previsão orçamentária para o enfrentamento à pandemia em 2022. O discurso foi ouvido por integrantes da Comissão Intergestora Tripartite do SUS, da qual fazem parte também o ministério da Saúde e o Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde).
“De muito pouco, ou mesmo nada, tem adiantado a participação do Conass e do Conasems em reuniões técnicas, até mesmo na Câmara Técnica Assessora de Imunizações. As observações feitas, sempre com vistas à construção e à melhoria das propostas apresentadas, são ignoradas”, afirmou Lula, que também é secretário de Saúde do Maranhão, governado por Flávio Dino (PSB).
Rodrigo Cruz disse em seu discurso que as reuniões são para unidade, convergência e o fortalecimento do Sistema Único de Saúde. “Divergências políticas acontecem, isso faz parte do processo. Mas não podemos deixar que isso contamine os trabalhos técnicos. E o governo federal vem trabalhando contra isso”, afirmou o interino.
Carlos Lula disse que estão previstos R$ 7,1 bilhões para o enfrentamento da pandemia, o que representa 15% do total autorizado em 2021.
“Não teremos mais vacinação no ano que vem? Ou restarão prejudicadas medidas outras essenciais para a retomada do sistema de saúde que vive as mazelas de uma guerra que não sabemos como findará?”, questionou o secretário.
Rodrigo Cruz voltou a dizer que, por enquanto, a única certeza para o ano que vem é o uso do imunizante da AstraZeneca, mas ressaltou que a Pfizer também já tem registro definitivo. Segundo o interino, o ministério da Saúde deve anunciar, em breve, o planejamento das vacinas contra a Covid-19 para 2022.
“Queria trazer conforto a todos. Estamos caminhando. Vamos continuar juntos, independentemente de divergências, focando no que é importante e viável”, concluiu Cruz.