O secretário-geral da ONU, António Guterres, disparou nesta quinta-feira (3) contra países que acusou de não fazer uma gestão adequada da pandemia da Covid-19 a doença provocada pelo novo coronavírus.
“Em alguns casos, foram rejeitados os fatos”, lamentou o diplomata português, em referência à diretrizes da Organização Mundial de Saúde (OMS), que deveriam ter sido base para uma resposta global.
Na abertura de uma assembleia extraordinária sobre a gestão da pandemia, Guterres não citou nenhum país específico, mas advertiu que a atuação por conta própria de alguns governos faz com que o patógeno sem propague sem qualquer direção.
“A Covid-19 não discrimina”, lembrou o secretário-geral da ONU.
Guterres, no entanto, destacou que alguns grupos de pessoas e países estão sofrendo mais do que os outros, por causa do novo coronavírus, por isso, defendeu uma ação firme para conter o avanço do causador da doença.
“A pandemia atingiu mais duramente os mais pobres e mais vulneráveis de nossas sociedades. Está tendo um impacto devastador nas pessoas idosas, nas mulheres e meninas, nas comunidades de baixa renda, nos marginalizados e isolados”, afirmou o português.
O secretário-geral da ONU comemorou a iminência de que sejam aplicadas vacina, mas afirmou que as campanhas de imunização não irão acabar, de um dia para a noite, com os danos provocados pelo novo coronavírus, que deverão perdurar por anos e até décadas.
Entre as consequências previstas por Guterres, estão o aumento da pobreza, a ameaça de fome, a maior recessão global em décadas. E segundo o português, a causa não é só a Covid-19, mas as fragilidades que a pandemia expôs.
Além disso, o secretário-geral da ONU pediu apoio para a plataforma Covax, mecanismo criado por um conjunto de países junto com a OMS, para facilitar o acesso à vacinas em todo o planeta.